Fortalecer a socialização e o compartilhamento de experiências para quem tem uma vida longa é a base do novo projeto do governo do Estado. No dia 1º de outubro, Dia Internacional do Idoso, foi lançado o programa habitacional Vida Longa, como havia antecipado a secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Célia Parnes, no evento de lançamento do projeto Juntando Pontas.
“É um programa inspirado no Vila Dignidade mas com aprimoramento”, explicou o secretário de Estado da Habitação, Flavio Amary, no evento de lançamento no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. O Vila Dignidade foi lançado em 2009 e tem 18 unidades no Estado, uma delas em Mogi das Cruzes. O secretário e sua equipe, como também representantes da Secretaria de Desenvolvimento Social, fizeram visitas aos prefeitos e idosos que moram nas vilas para ouvir demandas e necessidades.
Inicialmente serão seis empreendimentos de um total de 50 previstos para o Vida Longa, desenvolvidos pelas Secretarias de Habitação e de Desenvolvimento Social. Os empreendimentos serão construídos em cidades do interior do Estado. Barretos, Bragança Paulista e Santa Bárbara d’Oeste terão cada uma com 28 casas; São José do Rio Pardo, com 26; Bauru, 22, e São Roque, 20. Os projetos já foram licitados e as obras, segundo o secretário, devem começar em até 60 dias.
No evento de lançamento, o governador de São Paulo, João Doria, assinou o decreto nº 64.509, que reformula o Vila Dignidade e o denomina como Vida Longa (acesse aqui). Aos 61 anos, Doria afirmou que se inclui como pessoa idosa e quem sabe chegue aos cem anos. O governador também salientou o Estatuto do Idoso, que completou no dia 1º de outubro, 16 anos, com fundamentos importantes mas que podem ser aperfeiçoados. No próximo ano, segundo ele, um outro programa deve ser lançado voltado à longevidade, amparado também pelo setor privado.
Estrutura
Diferente do Vila Dignidade, os novos empreendimentos vão contar com áreas comuns de convivência e lazer, como espaço gourmet com churrasqueira e forno à lenha, salão para refeições e de TV, aparelhos para atividade física, horta, banco de jardim e mesa de jogos. As vilas já existentes não serão reformuladas, segundo o secretário de Habitação.
“São conjuntos de até 28 unidades para atender idosos com mais de 60 anos, com renda de até dois salários e que estejam em vulnerabilidade social. Esse é o conceito do programa Vida Longa com equipamentos dentro do centro comunitário para incentivar o compartilhamento das atividades, a convivência e a socialização”, explicou o secretário. Outros requisitos para participar do Vida Longa são residir há pelo menos dois anos na cidade onde será implantado o empreendimento e ter autonomia para as tarefas diárias.
Os municípios serão responsáveis pela gestão e manutenção dos empreendimentos, a indicação dos potenciais moradores do Vida Longa e doação dos terrenos para a construção dos imóveis. O morador não vai pagar taxa ou aluguel, ou contas de água e luz. Em cada empreendimento, segundo o secretário, devem ser investidos aproximadamente R$ 3 milhões.
Longevidade
Além do programa Vida Longa, a secretária de Desenvolvimento Social destacou no evento outros equipamentos em expansão como os Centros de Convivência do Idoso (CCIs) e Centros Dias do Idoso (CDIs). Em sua apresentação, ressaltou benefícios das relações sociais como a contribuição para a queda da mortalidade e de sintomas depressivos. Até 2022, segundo Célia, serão 200 equipamentos voltados para pessoas em todo o Estado. Para 2021, por exemplo, está prevista a entrega de 36 CCIs e 9 CDIs.
Outro anúncio foi do Serviço de Busca Ativa em Domicílio que será realizado por agentes de assistência social. A iniciativa conta com 1.200 técnicos municipais capacitados que farão visitas domiciliares a idosos. Segundo o governo do Estado, o objetivo é fortalecer e ampliar a rede de proteção, prevenindo assim a fragilização de vínculos familiares, isolamento social, situações de violência e a institucionalização.
Selo Amigo do Idoso
Para fechar o evento foram entregues Selos SP Amigo do Idoso a 25 municípios. Na categoria inicial receberam Alfredo Marcondes, Artur Nogueira, Caieiras, Colina, Glicério, Iracemópolis, Itapeva, Marinópolis, Olímpia, Pardinho, Pirassununga, Ribeirão Corrente, Santa Clara D’Oeste, São Bernardo do Campo, São Paulo e Serrana. O selo intermediário foi entregue a Atibaia, Campinas, Capão Bonito, Itatiba, Jaboticabal, Jundiaí, Santa Cruz do Rio Pardo e Sertãozinho. Pedreira, em destaque na foto principal, recebeu tanto o intermediário como o pleno.
Em todo o Estado, 641 dos 645 municípios assinaram o Termo de Adesão, e destes 278 têm o Selo Inicial; 14 o Intermediário e 2 o Pleno. Para incentivar mais cidades a conquistarem o selo, Célia Parnes afirma que é preciso divulgar ainda mais o tema da longevidade. “É um tema predominante na nossa demografia e é muito importante estimular os municípios para que se sensibilizem a fazer o maior numero de adaptações para as questões da longevidade e do envelhecimento ativo”, destacou.
Segundo a secretária de Desenvolvimento Social, são ações que não demandam grandes investimentos. “Os municípios fazem uma série de adaptações, montam um conselho relacionado às questões do idoso. São preparações que o município faz com recurso próprio e basicamente são estruturais, então independem de recurso do Estado no momento do selo. O recurso do Estado entra normalmente nesses equipamentos como o Vida Longa, como os Centros de Convivência dos Idosos e Centros Dia”, finalizou. (Katia Brito / Fotos: Governo do Estado de São Paulo)