Comunicação e ciência foram os temas da live desta quarta-feira (7), Dia Mundial da Saúde e Dia do Jornalista, que deu início a segunda fase da campanha #EuSouSUS. A convidada foi a assistente social e referência em Gerontologia, Tomiko Born, que completa 89 anos em maio. O evento foi promovido pelo Movimento Nacional Vidas Idosas Importam, que está à frente da campanha. Quem não acompanhou a live, pode assistir no YouTube do movimento.
A especialista em Gerontologia e mestre em Gestão e Políticas Públicas, Sandra Gomes, que é coordenadora nacional e uma das fundadoras do movimento, também participou com Fabiana Satiro, integrante do Centro de Estudos e Pesquisa do Vidas Idosas Importam, também especialista em Gerontologia e mestre em Psicologia da Educação. A mediação foi da radialista e podcaster Karen Garcia de Farias, da Assessoria de Comunicação do movimento.
A campanha #EuSouSUS, iniciada em março com a live com os professores Vicente Faleiros e Cecília Minayo, de acordo com Fabiana tem o objetivo de sensibilizar a população para lutar pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em defesa de saúde de qualidade e gratuita para todos para o acesso ao envelhecimento digno com qualidade de vida.
Sandra ressaltou a importância de Tomiko no estudo do envelhecimento, sempre fazendo lembrar no cuidado da pessoa idosa, como no Manual do Cuidador da Pessoa Idosa organizado por ela em 2008, totalmente baseado na ciência do conhecimento. Enquanto atualmente, mesmo diante da seriedade da pandemia, o que se tem são cientistas angustiados. “É um momento muito sério, por isso trouxemos esse tema junto com toda equipe do movimento. Para que possamos nos posicionar, sensibilizar autoridades e não possamos repetir mais essa confusão de informações”, destacou.
Complexidade e desafios
Em sua apresentação, Tomiko destacou a complexidade do tema da live “Comunicação é a Chave da Ciência”, com as facilidades proporcionadas pela comunicação atualmente, enquanto em outros tempos quando foi bolsista por dois anos nos Estados Unidos o contato com familiares era apenas por carta. Ela também ressaltou o problema das fake news, as notícias falsas, e o impacto nocivo mesmo em eleições de cidades pequenas como Caldas (MG), onde mora.
A especialista alertou para o problema da falta de informação e o compartilhamento de informações e orientações equivocadas dos governantes, que têm feito com que pessoas criem resistência a cuidados necessários neste momento de pandemia de covid-19. Segundo ela, as pessoas idosas, infelizmente, acabam se tornando instrumentais para que estas informações se espalhem.
O desafio apontado por Tomiko é como trabalhar para fazer chegar informações científicas corretas ao povo e combater o negacionismo. Para ela, o conhecimento científico é sumamente importante, deve ser valorizado e democratizado, mas é preciso um olhar crítico.
Vidas Idosas Importam
A convidada também fez uma reflexão sobre o nome do movimento, Vidas Idosas Importam: “O tema pessoas idosas importam me fez pensar muito. Importam sim, nós pessoas idosas, nós os velhos e velhas temos um papel importante na sociedade. Tem uma frase que usamos em um seminário em São Paulo – ‘Idosos, encargo e patrimônio’. Precisamos de cuidado sim, mas temos uma responsabilidade enorme na sociedade, de estudar e nos manter informados, de trabalhar para a conservação e defesa da natureza e para as gerações futuras”.
Para finalizar, Tomiko ressaltou a urgência do tempo diante dos seus quase 89 anos. “O tempo urge para a gente poder continuar trabalhando por nós mesmos (pessoas idosas), em prol das novas gerações. Só posso agradecer a todas as pessoas que tem me ajudado nesse sentido, jovens que têm me convidado a participar de vários movimentos. A alegria de poder contribuir da minha maneira. O tempo urge para uma sociedade mais humana, mais alegre e solidária”.