OMS vai retirar termo velhice da CID 11 - nota SBGG
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OMS vai retirar “velhice” da classificação internacional de doenças

O termo “velhice” não fará mais parte da atualização da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID). A decisão foi confirmada ontem por fontes da Organização Mundial da Saúde (OMS) à Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC Brasil). O Movimento “Velhice não é Doença” contra a inclusão do termo, que mobilizou nos últimos meses profissionais e instituições do Brasil e de outros países, foi determinante para a decisão.

Assim, a 11ª revisão da CID, que passa a valer em janeiro de 2022, não terá mais o termo old age (velhice) no código MG2A, que será substituído por Ageing associated decline in intrinsic capacity (envelhecimento associado à capacidade intrínseca em declínio). Uma nota sobre a decisão foi divulgada ontem pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

A escolha do termo “velhice” além de classificar como doença/sintoma uma fase da vida, que como todas as outras tem seus desafios e potencialidades, ainda era contrária a proposta da própria OMS, que declarou o período 2021-2030 como a Década do Envelhecimento Saudável. Iniciativas contraditórias que, por um lado, reforçam e, no outro, combatem o preconceito contra a pessoa a idosa, o idadismo.

De acordo com a nota da SBGG, “o Comitê Consultivo de Classificação e Estatística (CSAC) da OMS considerou a relevância de resolver possíveis equívocos no uso do termo. Em relação à inclusão do termo ‘fragilidade’, outra reivindicação das sociedades científicas, a OMS reconheceu que há a necessidade de aprofundar a discussão técnica, o que está em linha com o que foi discutido no Brasil e em outros países”.

Velhice não é doença

A atuação conjunta do movimento “Velhice não é Doença” foi fundamental para a mudança da OMS. A iniciativa começou no fim de maio no canal do YouTube “O que rola na geronto”, com a participação do ILC Brasil e da SBGG, e foi agregando brasileiros e representantes da América Latina e Europa, incluindo a Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria (IAGG).

Também participam do movimento a Pastoral da Pessoa Idosa, Associação Brasileira de Gerontologia (ABG), SESC, Movimento Atualiza, Longevida Consultoria, entre outras. Entre os profissionais participantes, o ex-vereador de São Paulo, Gilberto Natalini, e a presidente destituída do Conselho Nacional de Direitos da Pessoa Idosa, Lucia Secoti.

Em nota o movimento #velhicenãoédoença afirma que prossegue “estimulando o debate público sobre as implicações do termo que substituirá a palavra ‘velhice’ na CID-11, bem como prosseguirá na defesa dos direitos à vida e às práticas cidadãs em prol do bem-estar das pessoas idosas – como proposto pela Convenção Pan-Americana de Direitos das Pessoas Idosas ainda não endossado pelo governo brasileiro”.

A retirada do termo “velhice” é importante vitória para todos que se mobilizaram no Brasil e em outros países contra a decisão da OMS, todos juntos por um envelhecimento digno e saudável para todos.

(Fontes e imagens: Movimento Velhice não é Doença e SBGG)

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