Pessoas idosas podem ter receio de se alimentar, e isso deve ser um alerta para cuidadores e familiares. De acordo com a fonoaudióloga Patrícia Hildebrant, da Casa São Luiz, instituição de longa permanência localizada no Rio de Janeiro, segurança alimentar na velhice deve torna-se prioridade e o acompanhamento de um profissional especializado.
O fonoaudiólogo trata não apenas de questões ligadas à comunicação, como a voz e a linguagem oral e escrita, como também das funções responsáveis pela deglutição, respiração e mastigação.
“O envelhecimento puro e simplesmente já gera uma série de modificações de morfologia, autonômicas, bioquímicas e isso leva a uma mudança no padrão de vida de idosos. Quando se fala de mastigação e deglutição, essas mudanças são mais evidentes”, explica a fonoaudióloga.
Os próprios idosos, segundo a especialista, já começam a conduzir uma mudança no seu padrão alimentar dando preferências a alimentos mais macios, que geram menos resíduos, que exigem menos força.
As mudanças na dieta de pessoas idosas, conforme vão surgindo dificuldades, comprometem a segurança alimentar, na avaliação de Patrícia. No entanto, apesar das limitações alimentares no público 60+, o prazer da alimentação não deixa de existir. Para garantir prazer e a segurança alimentar, é necessário que a pessoa idosa tenha a orientação profissional de um fonoaudiólogo.
Patrícia reuniu algumas para familiares e cuidadores:
- Família e cuidadores são diretamente responsáveis pela segurança alimentar. É essencial uma rede de apoio em casa ou nas ILIPs ou nas redes hospitalares para que as orientações sejam bem executada;
- A pessoa idosa precisa estar tranquilo no momento da alimentação;
- É essencial estar bem posturado e bem orientado por um fonoaudiólogo;
- A dieta precisa seguir os padrões de consistência estabelecidos pela fonoaudiologia junto à equipe de nutrição. A pessoa idosa precisa ser incentivado de forma correta no processo de alimentação. Não pode se sentir intimidado;
- Higiene completa é essencial, principalmente, se tiver prótese. Na ausência de dentes, uso de gaze e enxaguador bucal;
- Após a refeição é preciso aguardar de 30 a 40 minutos para posturar o idoso deitado. O processo é lento, e a digestão também;
- Com a tendência ao desgaste ósseo, alimentos muito rígidos podem ser perigosos, o que interfere diretamente no processo de mastigação;
- Alimentos muito secos também podem oferecer perigo, já que os idosos têm menor produção de saliva dificultando a formação do bolo alimentar na cavidade oral. Há menor força de ejeção desse bolo para região de orofaringe, prejudicando a ingestão desses alimentos.
(Fonte: Casa São Luiz e LV Comunicação / Imagem principal: Food photo created by freepik – www.freepik.com)
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