As instituições que trabalham com o público maduro precisaram se reinventar com a pandemia de Covid-19 e o distanciamento social. E não foi diferente na Universidade Aberta à Integração (Unai), da cidade de Mogi das Cruzes (SP), que há mais de 20 anos oferece a oportunidade para pessoas a partir dos 45 anos renovarem e atualizarem seus conhecimentos. Os trabalhos são coordenados por Juraci Fernandes de Almeida, que também é vice-presidente do Conselho Municipal de Idoso da cidade e foi entrevistada recentemente pelo blog Nova Maturidade (leia mais aqui).
As atividades da Unai são divididas em módulos anuais fixos com disciplinas como Psicologia, Gerontologia Aplicada, Educação Nutricional, Estratégias de Memória, Teologia e Filosofia e Direito e Cidadania. Os alunos também contam com oficinas complementares opcionais, entre elas artesanato, espanhol, inglês, música e coral, mídias sociais, jogos de mesa, fortalecimento funcional. Veja no site da instituição (http://unaiubc.com.br/) mais detalhes e saiba como se matricular. A mensalidade tem um preço acessível.
Com a pandemia, as aulas, antes presenciais no campus do Centro Universitário Braz Cubas, no bairro Vila Mogilar, precisaram ser adaptadas para o mundo virtual. “A gente estava conversando por vídeo e agora estamos com as aulas online. A frequência é super boa porque é uma tábua de salvação para poder ter um contato e realmente ter uma atividade. Você vê que eles ficam lá todos os dias, no horário certo, porque a gente tá mantendo a grade normal. Eles estão lá firmes e fortes”, conta Juraci.
O começo, porém, não foi fácil e alguns alunos relutaram em aceitar a mudança, ameaçando abandonar a Unai ou trancar a matrícula, já que mais que o aprendizado, a convivência com os outros alunos é fundamental. Mas, como diz a diretora da instituição, todos tiveram que se adaptar para o que era possível no momento.
Adaptação
O suporte para quem tem dificuldades em lidar com a tecnologia é feito pela própria equipe da Unai. “Quem acompanha somos nós mesmos, porque é na dificuldade que se aprende e foi tudo goela abaixo, porque não tem outro jeito. Esse crédito a pandemia vai levar. A terceira idade, em especial hoje, está na tecnologia, e se não fosse a pandemia, ela não iria estar. Não teve outra saída, era isso ou o isolamento total”, avalia Juraci.
Com a adaptação, os próprios alunos tem se ajudado e poucos ainda têm problemas com a tecnologia. “Um aluno entrou na aula e estava om dificuldade, por exemplo, para desligar o microfone no Zoom (plataforma para reuniões em vídeo), mas são coisas que os próprios colegas agora já estão ensinando. Eles já estão abertos para o novo dentro da área da tecnologia e isso foi muito bom. Se não fosse a pandemia, íamos demorar uns dois ou três anos para chegar no que estamos hoje”, acredita Juraci.
A dúvida é sobre como ficarão a saúde mental e emocional dessas pessoas depois que todo este período de distanciamento social, que já leva meses passar. “É lá na frente que nos vamos ver como que a gente vai trabalhar isso”, afirma a diretora da Unai. (Katia Brito / Foto principal: Reprodução Facebook)