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Saúde & Bem-estar

Manter a saúde mental é grande desafio na pandemia

A saúde mental é uma grande preocupação na pandemia de Covid-19, com o distanciamento social sendo a melhor medida de prevenção à doença. A reação dos idosos tem surpreendido a psicóloga Valmari Cristina Aranha, diretora da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). “Muitos já viviam sozinhos e passavam a maior parte do tempo em casa, não está sofrendo tanto. Quem está sofrendo muito são aquelas pessoas que eram muito ativas, que saiam, faziam atividades a semana toda, encontravam outras pessoas fora de casa”, avalia.

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Momento é de flexibilidade, segundo psicóloga (Imagem de congerdesign por Pixabay)

Para a psicóloga, a regra de ouro para manter a saúde mental na pandemia é rotina. “Mantenha a rotina, levante, tome banho, tire o pijama, se troque, porque seu cérebro precisa de informações de que agora é outro dia, mesmo que você não vá sair de casa. Se organize, abuse da tecnologia, fale com as pessoas, faça chamadas de vídeo. Quem não é adepto da tecnologia, é uma boa oportunidade também para aprender, ou pode telefonar”.

O contato com familiares e amigos, segundo Valmari, vai ajudar a entender melhor o que está acontecendo. “Aproveite o tempo para falar com as pessoas sobre outras coisas. Não quer falar, escreve. Faça um diário. Evite ficar vendo só notícias de morte e de adoecimento. Às vezes as pessoas ficam naqueles canais o dia inteiro e ouve a mesma notícia de várias formas. É importante se informar mas não ficar mergulhado nisso”.  Em vez disso que tal organizar a casa, ouvir música ou assistir um filme ou uma série positiva?

A convivência familiar é outro desafio do distanciamento social. “As pessoas estão confinadas com suas famílias ou seus cônjuges com quem conviviam pouco tempo. A dica é evitar levar tudo muito a sério, tentar fazer as coisas de forma planejada. É importante ter rotina, divisão de tarefas, mas também ter flexibilidade. Não é o momento de colocar todos os pingos nos is, de discutir as relações”.

Instabilidade faz parte

Para os momentos de instabilidade emocional, a psicóloga recomenda não se cobrar o tempo todo e estar atento ao que foge muito do seu padrão. “Tem gente que se sente mal, porque tá mal, e não tem como estar bem. Importante ser mais compassivo com as alterações emocionais, faz parte de toda essa situação. O problema é se persistir muito, se você está ficando muito triste, muito irritada”. Se achar necessário, não tenha vergonha de procurar ajuda de um profissional ou o apoio de um amigo.

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Instabilidade ajuda a reequilibrar (Imagem de Anrita1705 por Pixabay

As redes sociais também podem não ser o melhor para o momento. “Às vezes na rede social tá tudo mundo bem. A pessoa está fazendo um prato maravilhoso e só você que não, e não é isso. É muito sério porque as pessoas começam a se sentir inadequadas. Eu acho que se a gente conseguir sair disso sem ter surtado tá ótimo, porque a instabilidade é esperada até para poder se reequilibrar e lidar com tudo isso“, conclui Valmari.

Saiba mais

Leia também no blog Nova Maturidade a entrevista com a psicóloga Valmari Cristina Aranha sobre a importância dos pets para as pessoas idosas neste período de distanciamento social (acesse aqui). E acompanhe o conteúdo e a programação de lives nas redes sociais da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) no Facebook e Instagram. Visite também o site da SBGG. (Katia Brito / Imagem principal de Sabine van Erp por Pixabay

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