Valéria Barrio Novo Gonçalves*
“Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele, guardei a minha no bolso. E fui.” (Clarice Lispector)
Cuidar de alguém é uma das tarefas mais nobres à qual podemos nos dedicar: cuidar nos faz sentir úteis e valiosos para nós mesmos e para os outros. Mas como cuidar dos outros nesse momento de confinamento onde muitas vezes nós mesmos sentimos medo, insegurança e ansiedade pelo incerto? Como fazer o bem ao outro sem perder o propósito diante das diversas situações que nos desafiam a cada minuto?
A sensação de solidão e o sentimento de inutilidade nos assombram e é nesse momento que precisamos ser capazes de parar. Sim, precisamos nos permitir parar, respirar, olhar para dentro de si e ao redor para assim poder observar quais são as suas opções, quais são as suas reais possibilidades diante de qualquer situação. Aí sim poder escolher o que fazer, como fazer e com o que fazer.
A nossa realidade é onde nossa atenção está. Então se focarmos nossa atenção no que no que nos faz mal, essa será a nossa realidade, agora se conseguirmos fazer o movimento de parar, reconhecer nossos sentimentos e como reagimos ao que nos acontece, nos permitimos perceber que podemos lidar com nossas emoções de forma diferente, agir diferente e com esse olhar nos entendemos como seres dependentes uns dos outros, conectados.
Essa é a arte de cuidar, onde todos nós somos capazes de observar as inúmeras oportunidades que a vida nos oferece de ajudar o outro, de cuidar de alguém, de se cuidar e o quanto isso faz bem tanto para quem entrega quanto para quem recebe.
O ato de cuidar vai muito além do modo convencional, é uma forma de entregar amor, dedicação, de dar atenção a quem precisa, de escutar com a alma, com verdade. Quando damos a oportunidade para alguém falar o que sente, fazemos a diferença na vida dessa pessoa. Nos colocar na posição de escuta, estarmos disponíveis para observar toda a forma de expressão humana e buscarmos dentro de nossas possibilidades todos os recursos disponíveis que tragam algum tipo de conforto para quem precisa. Isso é cuidado.
É nesse processo que se forma a conexão onde um entrega amor e o outro recebe, proporcionando o sentimento de utilidade e gratidão. Da mesma forma que quem se coloca na posição de cuidado, automaticamente traz pra si mais e mais pessoas que precisam desse cuidado, formando assim o ciclo do bem, onde fazer o bem faz bem!
E se você se deparar com o fato de não saber o que fazer diante de algum desafio que a vida lhe colocar, está tudo bem também. Não se cobre tanto, normalmente o melhor a fazer é o que acalma o seu coração!
Valéria Barrio Novo Gonçalves*
Graduada em Administração de Empresas com Habilitação em Comércio Exterior e pós-graduada em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), sempre foi apaixonada pelo tema do envelhecimento. Pós-Graduanda em Gerontologia na Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), realizou cursos como de Estimulação Cognitiva para Idosos pela Associação Brasileira de Gerontologia (ABG).
Valéria, que estreou em junho como colunista do blog Nova Maturidade, é responsável pela Cuidare Santo Amaro, uma franquia de Cuidadores de Pessoas – idosos, adultos e crianças, com ou sem necessidades especiais. Para conhecer mais sobre a Cuidare Santo Amaro, entre em contato pelos telefones (11) 4281-2717 ou (11) 93435-1977 ou pelo e-mail santoamaro@cuidarebr.com.br.
A periodicidade da coluna é mensal. Confira também o texto de estreia de Valéria Barrio: Cuidados e cuidadores em meio á pandemia. (Imagem de silviarita por Pixabay)
Ao cuidar de um ser, devemos nos colocar em seu lugar e sempre oferecer o melhor que existe em nós. Respeitar a crença, a cultura e as diferenças.
Cada ser è único e possui limitações e facilidades diferentes.
Ser empático e dedicado são ferramentas importantes para oferecer um bom atendimento.