Sem compromissos que obriguem a enfrentar a chuva e o friozinho, que tal um bom filme? A versátil atriz Susan Sarandon, que em outubro completará 73 anos, estrela o longa “A Intrometida” (2015). Pesquisei até se a tradução não era equivocada, mas segue a risca o original em inglês, “The Meddler”. Disponível no Netflix.
O ponto de partida do filme é a morte do companheiro de uma vida, o que fazer sem ele? A primeira a “sofrer” com as intromissões é a filha, vivida por Rose Byrne, depois as amigas e estranhos, como o jovem que ela ajuda a voltar a estudar. Buscar um novo sentido para a vida não é tarefa fácil, mas ela aos poucos vai se ajustando às novidades tecnológicas, aos novos modelos familiares, e também abrindo espaço para novos sentimentos, ao lado de J.K.Simmons, que em janeiro completou 64 anos.
O filme trata da dificuldade em lidar com o luto, em encontrar novos caminhos, e não traz uma solução mágica, faz com que você se identifique com a personagem, suas confusões e a necessidade de “intrometer-se” na vida alheia para não lidar com a própria. .
Talentosa e experiente, Sarandon fez história com o filme “Thelma & Louise” (1991), de Ridley Scott, fugindo pelos Estados Unidos ao lado de Geena Davis, sem falar da participação de Brad Pitt. Antes mesmo, em 1987, protagonizou com Cher, Jack Nicholson e Michelle Pfeiffer, “As Bruxas de Eastwick”, um filme que adoro.
Destaco também “Lado a Lado” (2000), com Julia Roberts e Ed Harris, com o sugestivo título em inglês “Stepmon”. Sarandon vive uma mãe que tem de lidar com o casamento do ex-marido com uma mulher mais jovem e independente, a certeza da finitude diante do câncer, e o fato que os filhos vão ser criados pelo novo casal. Uma lição de resiliência, com cenas lindas como quando ela interpreta com os filhos “Aint’No Mountain High Enough (“Não há montanha alta o suficiente”), de Marvin Gaye & Tammi Terrell. (Katia Brito)
