O isolamento social trouxe um aumento de 30% no número de acidentes domésticos com os idosos, sendo a grande maioria por queda. De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), um terço da população acima dos 65 anos sofre, pelo menos, uma queda por ano, proporção que cresce com o envelhecimento e, principalmente, com a chegada do inverno. As informações são do coordenador de ortopedia do Vera Cruz Hospital, José Luis Amim Zabeu. O dia 24 de junho é o Dia Mundial de Prevenção de Quedas.
“Neste período do ano, os riscos de queda de pessoas idosas aumentam devido às noites serem mais longas e ao uso de agasalhos, o que faz com que os idosos urinem mais, ou seja, aumenta a possibilidade de acordarem sozinhos e irem ao banheiro, local de maior ocorrência de acidentes graves, por conta da umidade que torna o ambiente escorregadio. Diminuição da visão, da audição, do reflexo do corpo, da flexibilidade e da firmeza também são fatores que podem agravar os acidentes”, explica o coordenador de ortopedia.
Para José Luis Amim Zabeu, “é preciso sempre estar atento se a queda está relacionada a alguma patologia, como labirintite, osteoporose, artrose, doenças cardíacas, pulmonares e neurológicas, entre outros. Por isso, ressalto a importância dos cuidados médicos mesmo na pandemia, principalmente para doenças crônicas”.
Ainda de acordo com o especialista, punhos, quadril e ombros são os membros mais afetados nessas quedas. Em seguida, vem a coluna vertebral. “Nas fraturas do punho, quadril e ombro, frequentemente é necessária a cirurgia”, explica Zabeu, que alerta ainda para os índices de mortalidade após acidentes. “Ocorre que, estatisticamente, 25% dos idosos que sofrem uma fratura no quadril falecem em até um ano, por vários motivos: complicações da cirurgia, novas quedas ou piora de outras doenças preexistentes”, destaca o médico.
Ambiente seguro
Por isso, segundo o ortopedista (foto: Thiago Campos), é fundamental, principalmente neste momento de isolamento social, que o ambiente doméstico seja totalmente seguro, livre de riscos que podem estar escondidos em pequenos detalhes, como um tapete solto, por exemplo. “Adaptar a casa para essas limitações ou mesmo evitar o uso de objetos que possam representar riscos ajuda a reduzir as chances de acidentes domésticos envolvendo idosos. Podemos citar exemplos importantes, como não deixar móveis fora do lugar habitual, além de garantir a área de passagem livre de obstáculos”, afirma.
O ambiente mais preocupante, segundo Zabeu é o banheiro. Ele recomenda utilizar tapete antiderrapante na área de banho, instalar barras de apoio nas paredes próximas ao sanitário e ao chuveiro e até o uso de cadeira de banho para ajudar quem tem o equilíbrio mais comprometido. “Reforçamos que todos os acidentes são evitáveis, desde que o ambiente seja seguro. Por isso, mesmo que o idoso resista, o ideal é usar métodos de apoio, como andadores, além de calçados seguros”, explica.
O especialista afirma também a importância do movimento para esses idosos, mesmo durante o isolamento social. “Programe um horário para fazer caminhadas leves. Faça tudo com segurança, uso de máscara, mas mexa-se. O corpo não foi feito para ficar parado. Um idoso pode perder até 3% de força e massa muscular a cada semana”, afirma.
(Fonte: Vera Cruz Hospital / WGO Comunicação / Imagem principal: Mulher foto criado por freepik – br.freepik.com)