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Aplicativo SPinfo60+ reúne serviços de São Paulo

Escutar, sistematizar e propor, como bem definiu a professora Ruth Gelehrter da Costa Lopes, foram os caminhos trilhados pela PUC-SP para o projeto que resultou no lançamento do aplicativo SPinfo60+, no dia 11 de agosto. A plataforma reúne serviços de assistência social, de saúde, esporte e lazer, cultura e educação que atendem a população idosa na cidade de São Paulo.

A plataforma também conta com documentos referentes à Legislação e Direitos, no âmbito municipal, estadual e federal, como o Estatuto do Idoso. Além de links e telefones úteis de entidades e órgãos como o Conselho Estadual do Idoso e as instituições de longa permanência para idosos do município.

O aplicativo foi lançado no Seminário de Prestação Pública de Contas do projeto “Diagnóstico socioterritorial para a pessoa idosa na cidade de São Paulo: construção de subsídios para a defesa de direitos e para a capacitação de conselheiro”. Iniciado em agosto de 2020, é resultado do convênio firmado entre a PUC-SP e o Conselho Estadual do Idoso (CEI) – por meio da Secretaria Estadual de desenvolvimento Social (SEDS) e com recursos do Fundo do Idoso.

O trabalho foi desenvolvido pela Coordenadoria de Estudos e Desenvolvimento de Projetos Especiais (Cedepe) da PUC-SP, coordenado por Beltrina Côrte. Professores e alunos de diversas áreas da universidade fazem parte da equipe responsável pelo desenvolvimento do aplicativo, desde Administração, Estudos Interdisciplinares, Curso Ciências de Dados e Inteligência Artificial, Ciências da Computação, e Design

SPinfo60 - aplicativo PUC-SP

Por enquanto o app SPinfo60+ está no servidor da PUC-SP e a atualização de serviços será feita por pesquisadores do Núcleo de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento, também da PUC-SP, até migrar para o Conselho Estadual do Idoso. Não está disponível para download em celulares, mas o atalho pode ser salvo na tela inicial. Acesse: SPinfo60+.

Seminário e pesquisa

No seminário, Beltrina destacou a importância de um olhar interdisciplinar sobre o envelhecimento, da integração entre municípios e estados e de parcerias entre as universidades e o poder público para subsidiar e fortalecer o controle social para “as velhices que hoje estão e que amanhã estarão”. A criação do aplicativo envolveu diversos setores da PUC para que ele fosse o mais inclusivo possível e a informação possa chegar a todos.

O trabalho começou com a pesquisa realizada por Mônica de Carvalho, da área de sociologia urbana, e da economista Mariana Jansen, a partir de dados do CadÚnico (2020) e da pesquisa Origem e Destino (2017). Os territórios da cidade de São Paulo foram classificados por meio da elaboração do Índice Territorial de Proteção Social das Famílias (ITPS).

As pesquisadoras constataram a importância do território na longevidade, com a expectativa de vida maior nos distritos centrais da cidade. As variáveis raça/cor e gênero também evidenciam a desigualdade. Sobre a maior parte dos serviços voltados especificamente para a população idosa se concentrarem nas áreas de saúde e assistência social, Mônica destacou que isso pode ocorrer porque são setores que há mais tempo se preocupam em ter um olhar sobre esta população.

Mariana abordou a questão de renda e a alta relevância da aposentadoria, que tem peso de mais de 85%, nas regiões Sul e Leste de São Paulo. Quanto ao mercado de trabalho, a permanência é maior nas regiões centrais da cidade, enquanto nas regiões de menor renda as condições de trabalho são mais precárias.

Desafios e serviços

Flavio Morgado apresentou no seminário a cartilha A Jornada do Usuário – Diagnóstico socioterritorial para a pessoa idosa da cidade de São Paulo: construção de subsídios para a defesa de direitos, com destaques do projeto. O material está disponível no link – https://www5.pucsp.br/cedepe/download/Cartilha-Jornada-do-usuario.pdf

O trabalho também apontou as dificuldades no território e para andar e circular pela cidade, como a falta de alertas sonoros em semáforos e de piso tátil, o tempo curto dos semáforos, falta de iluminação, falta de transporte para pessoas com dificuldade de mobilização, excesso de passageiros no transporte público, falta de conforto e qualidade ruim do transporte, calçadas ruins com risco de queda, e o medo de assalto e roubo.

Outro ponto foi a avaliação dos serviços de saúde, assistência social, educação, cultura e esporte e lazer, quais a pessoa idosa conhece, quais utiliza entre aqueles que conhece e como os avalia. Entre os serviços de saúde, por exemplo, a maior parte conhece os serviços gerais como unidades de saúde, mas os índices são menores em serviços específicos como o Centro de Referencia do Idoso (CRI), Programa de Acompanhante de Idosos (PAI) e Unidade de Referência em Saúde do Idoso (URSI).

Flavio acredita que há um espaço grande para que os idosos conheçam mais o que tem disponível na cidade, e uma vez conhecendo, como por meio do aplicativo, sejam eliminadas as barreiras e incentivado o uso desses serviços que são importantes. Acompanhe o seminário completo no canal do YouTube.

O projeto também contou com a capacitação de conselheiros e a pesquisa de campo foi realizada pela empresa Raizes.  A expectativa é que as informações do trabalho tenham continuidade, promovam o conhecimento e estimulem a capacidade de agir e melhorar a vida dessa população.

(Fonte: PUC-SP)

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