O hobby favorito é a pesca, mas a necessidade é de falar inglês. Aos 62 anos, Lídio José, enfermeiro aposentado, decidiu que era hora de aprender o idioma. Além de benéfico para a saúde mental, a aptidão ajudará na comunicação em viagens internacionais, aeroportos, alfândegas e passeios turísticos, garante ele.
Acontece que depois de um ano de estudo em aulas presenciais, o aposentado teve que mudar sua rotina e se adaptar aos encontros virtuais. A Beetools, startup de ensino de inglês, se viu obrigada a criar cursos nos formatos híbrido e digital para atender à nova demanda imposta pela pandemia de Covid-19.
A nova prática digital, apesar de difícil no início, conquistou Lídio e deu resultado. “Hoje já tenho mais segurança de pedir informações, falar com garçom em restaurante, cumprimentar, agradecer, entre outras coisas”, conta orgulhoso.
O aposentado é um entre os 2.600 alunos que migraram da aula presencial para o digital. Segundo Rawlinson Terrabuio, CEO da escola, apenas 15% dos alunos devem voltar às aulas presenciais, já que o restante prefere seguir com o método digital.
“Além da praticidade de fazer aula em qualquer lugar, nosso ensino é realizado por meio de um aplicativo com inteligência artificial e óculos de realidade virtual. Então os alunos se engajam e aprendem por meio de uma experiência diferente, que não exige a presença física”, explica o executivo.
Adaptação
De acordo com uma pesquisa do TIC Domicílios, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, atualmente mais de 76% da população já utilizou a internet. Na faixa de 60 anos ou mais, o número é de 34%. Assim como para o aposentado, a tecnologia ainda é um desafio para muitos.
“Eu tenho algumas dificuldades, mas tem sido um aprendizado diário que eu gosto muito. Tenho me superado a cada dia e, quando surge alguma dúvida, sempre peço ajuda para meus familiares e até mesmo aos professores da Beetools”, explica o aposentado. O aprendizado ao longo da vida é um dos pilares do envelhecimento ativo.
Aprender um novo idioma requer muito esforço e dedicação, independentemente da idade. “O esforço mental necessário para estudar inglês tem me ajudado a manter a mente aberta e mudar o foco das notícias desse período de pandemia”, revela Lídio. Além das aulas de inglês, ele também tem alguns hobbies bem específicos como a pesca, o pilates e consertar utensílios em casa.
Eles ainda não chegaram à plataforma de ensino, mas outras situações podem ser vividas virtualmente, como a simulação a uma ida a um restaurante ou a uma loja para conversar com o atendente através do óculos virtual. Tudo para deixar o aprendizado ainda mais fácil. Os alunos também são orientados a verem seriados, filmes e outras programações em inglês.
Corpo e mente
Para Felipe Bozi, geriatra da startup Nilo Saúde, clínica digital especializada no público 50+, praticar exercícios físicos e mentais faz toda a diferença na rotina. “Nunca é tarde demais para começar uma atividade física ou intelectual. Tem gente que pensa que, se não começou até agora, não dá mais tempo. Mas dá”, garante o geriatra. Ele acrescenta que manter a atividade do corpo e da mente pode evitar doenças.
(Fontes: Beetools e Nilo Saúde / Imagem: Divulgação)