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Catarata responde por 49% dos casos de cegueira

A catarata, doença que torna opaco nosso cristalino, lente interna do olho, é a maior causa de perda da visão no mundo. No Brasil responde por 49% dos casos de cegueira tratável. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier, a principal causa é o envelhecimento natural dos olhos. A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que a doença atinja 17% das pessoas entre 55 e 65 anos, 47% entre 65 e 75 anos e 73% após 75 anos.

O oftalmologista afirma que o rápido envelhecimento da população brasileira e as longas filas de espera por cirurgias eletivas no Sistema Único de Saúde (SUS) explicam porque a catarata responde pela perda da visão de praticamente metade dos brasileiros. A estimativa do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) baseada nos levantamentos do IBGE é que entre 2010 e 2019 o número de cegos no Brasil triplicou, saltando de 506,3 mil para 1,577 milhão.

Os dados são reforçados pelo levantamento Conselho Federal de Medicina (CFM) que aponta que as maiores demandas por cirurgias eletivas no SUS são respectivamente: catarata, correção de hérnia, retirada da vesícula, varizes e das amígdalas. Outro problema, segundo o oftalmologista, são pacientes que não aparecerem para operar na data marcada ou não apresentam os exames necessários para passar pelo procedimento.

“A segunda marcação muitas vezes demora mais que o esperado e quanto mais madura é a catarata, maiores são os riscos de complicações durante a cirurgia”, adverte. Na opinião do especialista, a lista de espera do SUS deveria priorizar o procedimento de pessoas com glaucoma. Isso porque, a catarata aumenta a espessura do cristalino e pode dificultar o controle da pressão intraocular.

A boa notícia, de acordo com o oftalmologista, é que o Ministério da Saúde acaba de anunciar um aporte adicional de R$ 250 milhões para 53 cirurgias eletivas de média complexidade como é o caso da catarata.

Sintomas e tratamento

Queiroz Neto afirma que os principais sinais da catarata são: troca frequente dos óculos, ofuscamento em locais ensolarados e no trânsito, enxergar halos ao redor da luz, perda da visão de contraste e necessidade de mais iluminação para ler. Mas, como acontece com a maioria das doenças oculares, as alterações visuais são progressivas e passam despercebidas na fase inicial.

O único tratamento para catarata é a cirurgia. Feita com anestesia local, consiste na substituição do cristalino opaco pelo implante de uma lente intraocular que é injetada no olho através de um corte de 2 milímetros na borda da íris, porção colorida do olho. O cirurgião explica que o procedimento é realizado em um olho e depois no outro. A recuperação é rápida e depende da aplicação correta de colírios três colírios: lubrificante, anti-inflamatório e antibiótico. 

Prevenção

“Ninguém escapa da catarata por se tratar de um processo de envelhecimento do cristalino na maioria dos casos, embora também possa ser causada por traumas ou doenças congênitas”, afirma Queiroz Neto. Mas a degeneração do cristalino pode ser adiada. As dicas do oftalmologista são:

  • Durante o dia usar óculos com lentes que filtrem 100% da radiação UV (ultravioleta) nas atividades externas. A falta de proteção solar aumenta em 60% o risco de catarata;
  • Dormir de 6 a 8 horas/dia;
  • Controlar a glicemia, pois a diabete dobra o risco da doença;
  • Evitar excesso de sal na dieta e o tabagismo.

(Fonte: Fonte: Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier  / LDC Comunicação / Imagem de rottonara por Pixabay)

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