Nova Maturidade

Chamada de Negócios: longevidade com inovação, qualidade de vida e potencial de mercado

A Chamada de Negócios da Longevidade lotou o teatro da Unibes Cultural, na noite de quarta-feira, dia 28 de agosto, em São Paulo. Em sua segunda edição, a importante iniciativa da Aging2.0 São Paulo e da aceleradora Ativen apresentou as dez startups finalistas entre mais de cem inscritos. O evento contou com palestras e os pitchs, ou seja, apresentações breves dos finalistas. Saiba mais sobre as finalistas – 60+Care, Aura 60+, Espaço Longeviver & Portal do Envelhecimento, Helpmy, Maturijobs, Renovatiomed, Techbalance, Upcare, Vem Vida e Vib Eye – em outra matéria. Clique aqui.

Sérgio Duque Estrada apresentou a Chamada de Negócios da Longevidade
Sérgio, da Aging 2.0, apresentou a Chamada de Negócios

Sérgio Werther Duque Estrada, embaixador da Aging 2.0 São Paulo, apresentou o evento. “Eu fiquei muito satisfeito. Nós tivemos 125 inscritos. Projetos de muita qualidade e atendendo uma série de segmentos. Nós vimos projetos que têm uma vertente muito mais tecnológica, projetos com uma vertente mais educacional, de inclusão, a questão do trabalho, da participação e da saúde. Essa pluralidade que nós tivemos foi muito bacana”, disse ao blog Nova Maturidade.

Além das finalistas, o comitê de 15 profissionais elegeu dez iniciativas como Promissoras – 60@Home, Broder, Elosenior, Fisiocloud, PAP, PLAH, Proxim, SeniorGeek, T3 Tecnologias Educacionais e Vivida. Elas foram destacadas em um vídeo exibido no fim do evento. “São ideias muito boas que estão no processo de validação do MVP (Produto Minimamente Viável, em português), mas têm grandes chances. E o mais incrível disso tudo, é que nós estamos olhando não só o mercado brasileiro, mas a nossa contribuição enquanto país, enquanto criadores de soluções para o resto do mundo”, destaca Sérgio.

Feira

As finalistas da Chamada de Negócios da Longevidade, segundo o embaixador da Aging, vão participar do fórum internacional da instituição. Antes, porém, elas estarão na Longevidade Expo+Fórum, que será realizada entre os dias 29 e 30 de setembro e 1 de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo. No estande da Aging, as dez finalistas poderão interagir com o público, empresas e investidores. No dia 30, na arena central serão reveladas as três vencedoras.

Monica convidou o público para a Longevidade Expo+Fórum

Mônica Araújo, representante da feira, uma das patrocinadoras da Chamada de Negócios, destacou em sua apresentação o desafio de uma feira voltada para um consumidor que fez 50 anos e caminha para os cem anos ou mais. São esperadas 20 mil pessoas durante os três dias. Os visitantes vão conferir palestras, workshops, entre outras atrações. As inscrições estão abertas e feitas antecipadamente são gratuitas. Saiba mais no site.

Longevidade

Para Henrique Noya, do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, a Chamada de Negócios da Longevidade mostra o potencial da longevidade. “Esse evento é a prova de que a longevidade começa a ganhar mais tração na sociedade brasileira. Com um evento como esse, a gente começa a perceber que está se formando uma consciência de que a nossa demografia vem mudando. O Brasil deixa de ser um eterno país de jovens, para um país onde a população começa a conviver com mais gente de diferentes faixas etárias, e as faixas etárias mais altas começam a ganhar alguma relevância não só para o problema de saúde, mobilidade, trabalho, que são desafios, mas também para a oportunidade que isto representa”, destacou em entrevista para o blog Nova Maturidade.

Henrique apresentou os projetos do Instituto da Longevidade Mongeral Aegon

E para solucionar os desafios da longevidade, é preciso, segundo Henrique, inovação, criatividade e novos negócios: “É a oportunidade para esses novos empreendedores, essas startups, esse mundo das agetechs. Eles apresentam a sua visão para essas questões que vão ser cada vez mais presentes no cotidiano dos brasileiros. A gente fica muito feliz de estar participando disso desde o início, sendo fomentador do movimento da longevidade com qualidade de vida”.

Em sua apresentação na Chamada de Negócios, Henrique apresentou o grupo Mongeral Aegon criado há 185 anos, que atua no segmento de seguros e previdência, e tem se dedicado à longevidade. Destaque para o Índice de Desenvolvimento Urbano para a Longevidade (IDL), levantamento feito em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em avaliação, a qualidade de vida e bem-estar das cidades brasileiras para pessoas com mais de 60 anos. Conheça essa e outras iniciativas no site.

“No Instituto de Longevidade a gente tem a possibilidade de falar para mais de 600 mil novas pessoas todos os meses. São pessoas que entendem que a longevidade chegou para todo mundo. Vamos viver mais e viver mais significa namorar mais, estudar mais, precisa estar ativo. A atividade deixou de ser exclusividade de populações mais jovens, e sim é uma consequência de todas as conquistas que a sociedade de uma forma geral ganhou. Mais acesso à informação, dinheiro, saúde, vitalidade, e mais convicção para viver uma longevidade ativa e com qualidade de vida”.       

Palestras

Três breves palestras movimentaram a Chamada de Negócios da Longevidade. Um dos palestrantes foi Diego Gualda, advogado, cientista político e ex-head jurídico da 99 Taxi. Ele abordou os fatores para o sucesso ou não de startups. Entre os desafios do ambiente de negócio (fatores externos à empresa), ele listou a complexidade institucional brasileira e a necessidade de um movimento para reduzir a burocracia e oferecer segurança para os empreendedores. E, por outro lado, o cenário mais favorável para quem precisa de investimentos.

Diego Gualda ressaltou os desafios para as startups

Outra questão apontada por Diego foi o modelo de negócio. É necessário atender um problema que de fato exista e oferecer uma solução que seja escalável (replicável e que alcance um grande número de clientes). O principal, porém, é o capital humano. Para ele, é fundamental ter um time com diferentes formações e habilidades, que se identifiquem com a cultura, os valores e o propósito da empresa.

Mercado

Martin Henkel, da Senior Lab, também palestrou. Ele falou sobre a situação atual, as tendências do segmento 60+ e o comportamento diferenciado desse público. Uma delas é o Dia dos Avós, celebrado em 26 de julho, que deve se tornar uma data tão importante quanto o Dia das Crianças para o varejo. Levantamentos mostrados por Martin apontam que o público 60+ gastou 65% mais em presentes no Dia dos Namorados. Outros pontos são a autoimagem positiva que os 60+ têm de si mesmos, segundo uma pesquisa, e, a reclamação da hipervigilância dos filhos. E nada de rótulos para os 60+, como maduros ou terceira idade, eles querem ser chamados pelo nome.

Martin Henkel destacou as tendências do mercado 60+

O criador da Senior Lab falou com o blog sobre a Chamada de Negócios. “Pelas nossas percepções e estudos do mercado, a gente encontrou vários nichos de oportunidade não atendidos. A gente viu muitas iniciativas bem focadas, bem intencionadas para atender a necessidade dos vários tipos de envelhecimento que a gente tá vivendo hoje no mercado, desde as pessoas com independência completa até com baixa autonomia. Fiquei bastante surpreso. Conheci várias empresas interessantes e acho que essa iniciativa do Aging 2.0 é necessária para ajudá-las a se promover. Achei extraordinário o evento”, avaliou.

Senior Lab

A Senior Lab, com sede em Porto Alegre (RS), é uma consultoria de mercado e de negócios, que eventualmente atua no segmento de pesquisas. “A gente ajuda marcas, produtos e serviços que querem vender ou se relacionar com o público 60+. Nós auxiliamos a entender esse cliente, quais são as melhores estratégias de desenvolvimento de produto, ampliamos a visão também sobre a questão do design de produto, a forma de se relacionar, vender e criar um vínculo afetivo e de negócios para esse cliente”, explica. Saiba mais no site.

Para Martin, o mercado vem amadurecendo sua visão sobre a longevidade. Em seis anos de Senior Lab, os últimos 12 meses foram os mais promissores. “Eu tive mais respostas de negócios, de mobilização de mercado que nos cinco anos anteriores. Agora que começa a se colher sobre isso. Acho que o mercado está ficando mais maduro. Os empresários e profissionais de produto e marketing estão mais interessados e desafiados a participar desse bilionário mercado que a gente começa desvendar”, salienta.

Na prática

Para encerrar, antes dos pitchs, a experiência de uma startup real. Fernando Cymrot contou um pouco da história do Canal da Peça, que montou ao lado de Vinicius Dias. O negócio de compra e venda de peças de reposição para veículos, máquinas e equipamentos foi lançado em 2013 e, segundo ele, esteve perto de quebrar aproximadamente 30 vezes. No ano passado, começou a ter lucro operacional.

Fernando explicou o termo unicórnio, criado em 2013, para nomear empresas de capital fechado com valor de mercado estimado em US$ 1 bilhão ou mais. A estimativa americana é que uma empresa leve 11 anos para se tornar um unicórnio.

E uma frase resumiu bem sua apresentação: “The reality is that the vast majority of successfully scaled ventures are not mythical unicorns with billion dólar paper values, but workshorses that plug along, steadly producing results year after year”. (A realidade é que a grande maioria dos empreendimentos não são os unicórnios com bilhões de dólares, mas sim os que se conectam e trabalham muito, produzindo resultados ano a ano). (Katia Brito)   

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