Maria Anastácia Manzano*
Com alegria apresento este texto inspirado na sugestão de um leitor muito especial. Posso dizer que este leitor foi o primeiro amigo que fiz na vida e segue sendo meu grande Conselheiro, como um bom amigo deve ser. Trata-se de meu querido pai.
Devo à minha família minha iniciação e gosto musical. Mesmo antes de eu nascer já estava envolvida com a música pois meu nome foi escolhido por causa de uma canção. Minha mãe sempre cantava comigo, principalmente no carro para me distrair nos engarrafamentos ou nas estradas. E tínhamos gravações de Luiz Gonzaga, Chico Buarque e a Ópera Aída, na mesma fita K7.
Uma diversidade deliciosa para uma criança descobrindo o mundo musical. Um pouco maior e já estudando flauta, piano e violão, tocando com primos e tios, passávamos horas e mais horas fazendo música no sítio. Uma amizade inocente e muito bonita.
Primos e primas são meus amigos do peito, uns mais chegados, outros mais distantes, mas todos muito queridos. Sendo filha única, tenho seus filhos como meus sobrinhos. Nossa, são tantos! Tem até sobrinhos-netos, que alegria!
No ensino médio fazia música com os amigos da escola, nas gincanas e festivais que ela promovia. Ah! Como era bom! Eu era reconhecida e fazia parte de um grupo. Adeus época de timidez e solidão do ensino fundamental. Até arranjei meu primeiro namorado, que tocava violão! E amigos que frequentavam a minha casa e eu a deles.
Lembro-me que ia eu pelas ruas da cidade carregando minha sacola a tiracolo com as flautas e os cadernos com as músicas e o desajeitado violão.
Na faculdade a música ficou um pouco de lado, mas os laços de amizade foram os mais fortes construídos pois minhas bioamigas são, até hoje, amigas de fé, irmãs, camaradas.
Quero seguir o exemplo de minha doce e querida avó paterna. Sempre me lembro dela com suas amigas. Ela soube cultivar as amizades até o seu “partiu dessa para uma melhor”. Quero ser assim. Ter meus amigos e minhas amigas comigo sempre e reencontrá-los onde quer que eu vá.
Gosto muito desta canção de Luiz Gonzaga pois reflete bem aquele encontro entre amigos que há tempo não se viam e querem saber de toda a família. Acho uma graça.
Apesar relatar uma época tão específica da nossa história, sinto esta linda canção de Milton Nascimento como atemporal, mágica.
Você é capaz de definir o que é amizade? A simplicidade da canção de Renato Teixeira e Dominguinhos não deixa dúvidas de que o bom mesmo é ter um amigo.
Chico Buarque e Francis Hime mostram nesta canção que, quando a situação aperta, é bom poder contar com os amigos.
Gosto de pensar que, além de se divertir e ser agradável, um amigo para mim é alguém com quem posso contar nos momentos difíceis, mas para quem também posso estar disponível. E neste momento de incertezas e dúvidas, vamos aproveitar nossas amizades. Esta via de mão dupla faz da amizade uma das relações mais preciosas para o ser humano. Como aquela música do Roberto!
Agradeço ao meu leitor-pai, que sugeriu algumas das canções aqui apresentadas. E espero que você leitor envie as suas sugestões para a nossa coluna. Vamos lá, não seja tímido e nos escreva!
*Maria Anastácia Manzano
Especialista em Musicoterapia, dirigente de Dança Sênior e em breve gerontologista, Maria Anastácia Manzano é colunista do blog Nova Maturidade. As publicações serão quinzenais, mas temporariamente temos o privilégio de textos semanais. Confira o currículo completo da nossa colunista e a coluna de estreia Brincar com música: para além do cantar no link.
Fale com a nossa colunista: anastacia@novamaturidade.com.br
(Imagem principal Reprodução/Kekanto/Lanchonete Municipal)