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Corona Zero realiza testagem em instituições de longa permanência

A população idosa em instituições de longa permanência preocupa a todos neste período de pandemia de Covid-19. Temos vistos exemplos de ações como a criação da Frente Nacional de Fortalecimento à ILPI (instituição de longa permanência para idosos), por especialistas de diferentes regiões do país. Uma reportagem da Folha de S.Paulo de junho revelou que na cidade de São Paulo, segundo levantamento do Ministério Público em 449 instituições com mais de 10 mil idosos, havia 190 óbitos e 755 casos de Covid, entre fevereiro e 12 de junho.

Diante de números alarmantes de contaminação e mortes de idosos em instituições no Brasil e em outros países, surgiu o programa Corona Zero do Rotary Internacional. Com a ajuda de Rotary Clubs do Brasil, voluntários e outros parceiros, a iniciativa tem feito a testagem grátis do Covid-19 em funcionários e idosos que vivem em ILPIs públicas, filantrópicas e privadas, sejam pessoas sintomáticas ou não.

Corona Zero Rotary

Os voluntários do Corona Zero, devidamente paramentados com equipamentos de proteção individual (EPIs), aplicam testes PCR que, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), verificam a presença de material genético do vírus, confirmando que a pessoa está com Covid-19. A Anvisa informa que o teste é definitivo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo Humberto Silva, membro do Rotary e responsável pelo programa, o iniciativa surgiu após um estudo do impacto da pandemia desde o início na Europa e nos Estados Unidos e verificarem que metade das mortes eram de idosos que viviam em instituições. A constatação foi que a principal falha tanto nestes países como no Brasil foi não testar todas as pessoas.    

Em cerca de dois meses, o Corona Zero já envolve Rotary Clubs de todos os Estados do Brasil, com mais de 1.700 instituições cadastradas. “Nosso objetivo é fazer a maioria dos asilos do Brasil, e não só para fazer a testagem, mas uma uma verdadeira blindagem, atendendo a esta população mais vulnerável para o corona”, destaca Humberto. O programa já beneficiou 200 instituições, atendendo mais de 10 mil pessoas, e está sendo intensificado para chegar a dois mil locais em todo o Brasil.

Primeira testagem

O programa estava sendo consolidado quando atendeu ao pedido do dr. Luiz Adalberto dos Santos, presidente voluntário do Lar Betel, em Piracicaba, no interior de São Paulo. O local registrou sete mortes por Covid-19. “Não tínhamos nada armado, mas conforme a gravidade, materializamos o trabalho. Fizemos contato com Secretaria de Saúde local, fomos e descobrimos que no asilo inteiro com algo entre 80 e 90 idosos, 66 foram infectados”, conta o responsável pelo Corona Zero.

O presidente do Lar Betel conseguiu manter os idosos saudáveis em um hotel por 15 dias e tratou os infectados. “É um espelho praticamente de todos os outros casos. O programa detecta, as pessoas são separadas e as demais tratadas com sucesso, sem mortes. Um modelo para todos os asilos do Brasil e para ser exportado para outros países”, avalia Humberto.

Em outras instituições, os voluntários do programa têm encontrado pelo menos 50% de pessoas assintomáticas, e em alguns, casos todos estão infectados mas não apresentam sintomas. Conheça mais no site do programa e se puder, colabore para ampliar esta iniciativa. Acesse: https://coronazero.com.br/quero-ajudar/.

Hepatite Zero

Humberto Silva Rotary Hepatite
Humberto Silva, do Rotary, sobreviveu a hepatite C (Reprodução YouTube)

O Corona Zero é inspirado na campanha Hepatite Zero, criada há dez anos, que se tornou referência na conscientização e combate à doença, também idealizada por Humberto, um sobrevivente dessa enfermidade silenciosa.

“Há dez anos, indo para a Copa do Mundo na África, quis tomar as vacinas e o médico recomendou exames. Foi detectado que eu estava no último estágio da doença com cirrose. Foram dois anos de tratamento e votos a Deus de trabalhar até o fim da vida por esta causa”, conta.

O responsável pelo Hepatite Zero fundou a Associação Brasileira de Portadores de Hepatite, ação que permitiu a abertura de seis clínicas gratuitas pelo Brasil e a realização de exames. “Nossa maior vitória foi diagnosticar com ações em 200 países. Um exército de rotarianos para combater a hepatite”, comemora Humberto. O Rotary mantém o Rotarian Action Group for Hepatitis Eradication, o Grupo de Ação Rotariana para Erradicação da Hepatite.    

O mês de julho, aliás, é de campanha contra as Hepatites Virais. O Julho Amarelo é marcado pelo dia 28 de julho, data escolhida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para celebrar o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais. Leia mais aqui no blog Nova Maturidade. (Katia Brito / Imagem principal da ação feita pelo Rotary Club Guarulhos Norte em parceria com a Secretaria de Saúde de Guarulhos-SP)

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