O consumo de bebida alcoólica faz parte de muitas práticas culturais, religiosas e sociais. No entanto, uma parcela da população faz uso nocivo do álcool, o que pode se agravar e levar à dependência. E o dia 18 de fevereiro é marcado como o Dia Nacional do Combate ao Alcoolismo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 4,2% dos brasileiros sofrem com transtornos relacionados ao uso de álcool (abuso ou dependência), afetando 6,9% dos homens e 1,6% das mulheres.
Entre as pessoas idosas não é diferente como explicou ao blog em agosto de 2019 a médica pesquisadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), a psiquiatra Nathália Klein. O abuso e dependência de álcool em idosos, pode contribuir para um maior risco de quedas e desenvolvimento de doenças crônicas comuns a essa faixa etária, como diabetes, hipertensão, entre outras. Leia a entrevista completa aqui.
O CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, referência nacional no tema, aproveita a Semana Nacional de Combate ao Alcoolismo para chamar a atenção e conscientizar a população sobre essa doença que interfere tão significativamente na qualidade de vida de pacientes e familiares. Para reconhecer se alguém próximo está com problema decorrente do álcool, veja a lista de sintomas são indicativos de que algo não vai bem:
1) Forte desejo de beber, quase incontrolável;
2) Dificuldade de controlar o consumo, não conseguindo parar de beber depois de ter começado;
3) Não consegue diminuir nem parar o uso de álcool, apesar dos prejuízos;
4) O consumo é priorizado em detrimento de outras atividades e relações;
5) A pessoa precisa beber maiores quantidades para atingir os mesmos efeitos de antes, a chamada tolerância ao álcool; e
6) Na falta de álcool no organismo, podem ocorrer sintomas físicos de abstinência (sudorese, tremores de extremidades, aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial).
Se você reconhecer alguns desses sintomas na rotina de um amigo ou familiar, a primeira recomendação é evitar rótulos e julgamentos. Os especialistas do CISA orientam a oferecer escuta, informação e o apoio necessário. É importante também ir o quanto antes ao médico, que é o profissional que poderá diagnosticar a doença e, caso positivo, iniciar o tratamento.
“O alcoolismo é uma doença silenciosa e progressiva, quando não tratada. A boa notícia é que a maioria das pessoas com algum tipo de transtorno por uso de álcool pode se beneficiar de alguma forma de tratamento e a família é peça-chave nesse processo”, explica o psiquiatra e presidente executivo do CISA, dr. Arthur Guerra.
O especialista orienta encontrar o momento adequado para conversar, quando a pessoa estiver sóbria e em local com privacidade. Também é importante não acusá-la ou culpá-la por seu comportamento em relação à bebida, sendo objetivo ao dizer que está preocupado com seu consumo e que gostaria de auxiliá-la a procurar ajuda, dando exemplos de situações negativas que ocorreram com ela em função do uso do álcool.
No Brasil, os locais mais conhecidos para tratamentos gratuitos especializados são os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD) e hospitais públicos e conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Grupos de ajuda mútua, como Alcoólicos Anônimos, são também um interessante recurso de apoio, sobretudo mais relevante para indivíduos que têm algum tipo de crença espiritual e aqueles que não podem arcar com os custos de um tratamento médico.
CISA
O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) é uma das principais referências no Brasil sobre o tema e, ao longo dos 15 anos de atividades, tem contribuído para a ampliação do debate sobre a relação álcool-saúde e para a conscientização e prevenção do uso nocivo de bebidas alcoólicas. Acompanhe nas redes sociais: Facebook, Instagram e YouTube. (Fonte: CISA / Imagem de Michal Jarmoluk por Pixabay)