Katia Brito *
Neste Dia Internacional do Idoso, comemorado em 1 de outubro, acredito que a melhor pergunta é: “Quem é velho?”. A resposta é: “Todos nós”. O envelhecimento é um processo natural da vida que começa quando nascemos. Passamos por fases como a infância, adolescência e juventude rapidamente, mas é na velhice que, se tudo correr bem, permaneceremos por mais tempo. A opção ao não envelhecer não é uma boa.
O marco legal estabelecido pelo Estatuto do Idoso nos define como idosos a partir dos 60 anos. Se você viver até os 80, serão então 20 anos na velhice; chegando nos 90, 30, e ao se tornar centenário, 40 anos. Aí vem outra pergunta: “Como vamos chegar tão longe?”. E o principal: “O que fazer com todo esse tempo?”. Claro que dependemos do ambiente e das condições em que vivemos para um envelhecimento bem-sucedido.
O acesso à saúde e educação de qualidade são fundamentais e a grande maioria não conta com esse suporte. Porém, também cabe a nós adotar hábitos mais saudáveis e uma atitude bem-humorada e resiliente diante dos desafios da vida.
Outro ponto importante também é a participação social. Não apenas para convivência e socialização, dificultada nestes tempos de pandemia de Covid-19, mas principalmente para ter voz e cobrar políticas públicas que atendam as diferentes velhices.
Eleições
As eleições municipais estão aí e grande parte dos eleitores são 60+, assim como os candidatos, mas aí vem mais uma pergunta: “Quem será que se reconhece idoso e vai pensar em políticas para um envelhecimento digno e bem-sucedido?”. A resposta mais uma vez deveria ser “Todos”, não apenas ativistas do segmento, que ainda bem crescem a cada dia.
Pesquise e conheça as propostas dos candidatos a prefeito e vereador, antes de definir seu voto. Este ano haverá um horário diferenciado para os eleitores idosos. Leia mais aqui no blog.
Cobrar políticas e a garantia de direitos não é uma questão partidária, mas de cidadania que deve ser exercida desde sempre. Muito se fala em intergeracionalidade, e quanto mais cedo se aprender sobre o processo de envelhecimento, menor o preconceito, maior a valorização das pessoas idosas do presente e do futuro, gerando mais interesse pelo tema.
O Estatuto do Idoso, que completa hoje 17 anos, determina no artigo 22 a inclusão de conteúdos sobre envelhecimento nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino. Mais um ponto da legislação que precisa sair do papel e ser efetivada como política pública federal.
Escolha como fazer parte da luta pelo envelhecimento digno e bem-sucedido para todos. São muitas as opções como participar do Conselho Municipal da Pessoa Idosa da sua cidade, ser voluntário em alguma instituição, ou apoiar os idosos do seu entorno. Um papel que cabe a cada um de nós e se trata de trabalhar em causa própria, afinal seremos todos velhos, hoje ou amanhã, como sempre diz a querida Mirian Goldenberg.
*Katia Brito
Jornalista com mais de duas décadas de profissão, e agora pós-graduanda em Gerontologia, sou criadora do blog Nova Maturidade.
(Imagem principal – Pexels)