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Entidades defendem inclusão de cuidadores domiciliares como prioridade na vacinação

Cuidadores de idosos domiciliares - vacinação - Freepik

Profissionais fundamentais para a população idosa, os cuidadores de idosos domiciliares precisam ser incluídos no grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19. Na luta por essa inclusão, a Associação dos Cuidadores de Idosos da Região Metropolitana de São Paulo (ACIRMESP) criou um abaixo-assinado e solicita o apoio da sociedade civil e entidades. Participe!

A associação representa cuidadores de idosos (ocupação CBO 5162-10) da Região Metropolitana de São Paulo no exercício do direito e representação dos interesses coletivos da categoria. Segundo a entidade, estes profissionais prestam serviços essenciais para idosos que necessitam de ajuda em sua vida diária, além de acompanhamento em hospitais, clínicas e onde mais seja necessário para cuidados de saúde.

Cuidadores de idosos, assim como pessoas com deficiência e com doenças raras, são considerados essenciais ao controle de doenças e à manutenção da ordem pública, durante a emergência de saúde pública decorrente da pandemia de coronavírus, de acordo coma Lei nº 14023, de 8 de julho de 2020. E também estão incluídos no Informe Técnico da Campanha Nacional de Vacinação contra a covid-19 do Ministério da Saúde, fazendo parte do grupo prioritário de trabalhadores de saúde.

A diretora superintendente da ACIRMESP, Cristina Alves, afirma que são mais de 206 mil cuidadores de idosos, segundo a estimativa populacional 2021 para vacinação da Fiocruz. Porém, mesmo trabalhando diretamente com o grupo etário considerado de risco, os cuidadores de idosos domiciliares, que se servem de transporte público para irem para as casas onde trabalham, não estão na lista de profissionais prioritários.

“Diante deste grave descaso com a classe trabalhadora, a ACIRMESP enviou ofício para a Coordenação da Secretaria Municipal de Saúde, participou de reportagem em um jornal de TV aberta, fez abaixo-assinado pedindo apoio da sociedade civil e de entidades e aguarda retorno positivo sobre a vacinação dos cuidadores de idosos domiciliares”, afirma Cristina.

Apoio

A Associação Brasileira de Gerontologia (ABG) é parceira da ACIRMESP e se uniu a causa tanto pela regulamentação da profissão de cuidadores, vetada em 2019 pelo presidente Jair Bolsonaro, quanto pela prioridade na vacinação para os cuidadores domiciliares.

“Nós concordamos com os argumentos que a associação dos cuidadores têm apresentado e reforçamos a importância de que esses profissionais, que ficam anônimos, pois não trabalham em instituições de idosos, ou em hospitais e portanto, não foram lembrados na lista de prioridades”, destaca Eva Bettine, presidente da ABG.

Por outro lado, segundo Eva, os demais profissionais da área da saúde foram incluídos aceitando-se somente a comprovação da formação e não se atentando para a atuação. “Ou seja, podemos estar destinando recurso escasso para determinadas pessoas que nem sempre estão lidando diretamente com pessoas idosas e com maior vulnerabilidade e, por outro lado, ignoramos os cuidadores domiciliares que não têm uma graduação na área da saúde, mas que trabalham com essa população diuturnamente”, ressalta.

Fiocruz

Em uma nota técnica publicada recentemente, o Comitê de Saúde da Pessoa Idosa da Fiocruz defende o acesso prioritário à vacinação contra a covid-19 para as pessoas idosas com limitações funcionais e cuidadores que atuam em domicílios, sejam familiares ou contratados.

No Brasil, de acordo com a nota, a estimativa é que existam cerca de 5,2 milhões de idosos que necessitam de ajuda para as suas atividades da vida diária. E, em pelo menos 80% dos casos, o cuidado é prestado por algum familiar e em 20% por uma cuidadora remunerada, que por vezes se revezam.

(Katia Brito / Imagem: Pessoas foto criado por freepik – br.freepik.com)

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