Apesar dos números animadores da vacinação contra a covid-19 no Brasil, a população não está completamente protegida, especialmente com a ascensão de novas variantes. Por essas e outras, a vacinação com a terceira dose de imunizantes se iniciou na população idosa e, até a segunda quinzena de setembro deve abranger profissionais da saúde.
De acordo com a profa. dra. Raquel Xavier de Souza Saito, docente do curso de graduação em enfermagem da Faculdade Santa Marcelina, dependendo da evolução da epidemia no país, bem como o surgimento de novas evidências científicas, a administração de doses adicionais para outros grupos poderá ser considerada.
Com a eminência dessa nova realidade, a especialista respondeu cinco questões sobre o tema para que a população possa se preparar e estar devidamente imunizada e segura contra a pandemia do coronavírus.
Quais os benefícios da terceira dose da vacina?
São dois os principais fatores que justificam o uso da terceira dose de vacinas contra a covid-19. Primeiramente, dados comprovam uma queda progressiva de proteção imunológica entre os idosos acima de 70 anos e, particularmente, acima de 80 anos. Logo, uma terceira dose poderia prolongar a proteção.
Em segundo lugar, pessoas com alto grau de imunocomprometimento tendem a apresentar resposta imunológica reduzida e, nesse caso, uma terceira dose aumentaria essa resposta. “Recomendações sinalizam que, a vacina a ser utilizada para a dose adicional deverá ser, preferencialmente, de RNA mensageiro, como Pfizer e Wyeth, ou, de maneira alternativa, vacina de vetor viral, como Janssen ou AstraZeneca”, explica a docente.
Qual o intervalo entre a segunda e terceira dose?
O intervalo recomendado pelo Ministério da Saúde é de seis meses após a segunda dose ou dose única, independentemente do imunizante aplicado. Para indivíduos imunocomprometidos, esse período de intervalo deverá ser menor: somente 30 dias.
Teremos que tomar uma nova dose de vacina todos os anos?
A exemplo da vacina da gripe, pode ser necessária uma dose anual de imunizante para manter o controle da doença. “Isso deverá se repetir até que o vírus seja devidamente erradicado, ou seja, até que, depois de várias vacinações coletivas, não se observe mais a ocorrência da infecção na população de uma determinada região” afirma Raquel.
A necessidade de uma terceira dose significa que ainda não estamos seguros?
A terceira dose é considerada uma dose de reforço, que busca reduzir qualquer interferência em um conjunto de variáveis, como esclarece a professora: “Uma vacina, para que tenha efetividade, depende de vários fatores: comportamento de replicação viral, conservação, imunidade e capacidade de resposta do indivíduo. A terceira dose vem para fortalecer esses fatores”.
E depois do reforço, quais serão as medidas de proteção?
A utilização de máscaras poderá seguir vigente, especialmente entre pessoas que apresentem síndrome gripal – essa deverá ser uma regra de etiqueta a ser adotada. E, como nenhuma vacina tem eficácia de 100% para a prevenção de qualquer doença, as medidas de proteção já conhecidas poderão seguir em avaliação.
“Distanciamento social, uso de máscaras, higienização das mãos, limpeza e desinfecção de ambientes e isolamento de casos suspeitos e confirmados conforme orientações médicas são medidas que, quando utilizadas de forma integrada, favorecem o controle da transmissão da covid-19 e suas variantes”, finaliza a doutora.
(Fonte: Faculdade Santa Marcelina / Imagem principal: Prefeitura de Caruaru-Divulgação)