Abílio Diniz MaturiFest 2020
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Trabalho e aprendizado ao longo da vida foram temas do MaturiFest

Um dos temas em destaque no MaturiFest 2020 foi ressignificação e futuro do trabalho e no aprendizado ao longo da vida (leia no blog Nova Maturidade sobre a abertura com Alexandre Kalache). Na palestra O trabalho mudou. E você? Uma visão atualizada do significado do trabalho, Alexandre Pellaes, pesquisador de tendências do futuro e mestre em psicologia do trabalho, destacou que houve uma grande mudança no significado e nas estruturas do trabalho.

O mundo, para Pellaes, é MUVUCA (sigla em inglês), ou seja, volátil, incerto, complexo e ambíguo, e movido por significado e propósito. A mediação foi do head da curadoria de conteúdo do hub de inovação do Bradesco, InovaBra Habitat, Junior Thonon.

Uma dinâmica que não é mais linear. Segundo Pellaes, o mundo do trabalho hoje é caracterizado por um grande vazio de significado e propósito. Segundo ele, trabalho é o esforço intencional para gerar valor, oferecer um serviço, o ato de cuidar, criar objetos, soluções ou transformar uma situação percebida.

Com um impacto que vai além do sustento, para o especialista o que vai ficar do trabalho são as marcas que deixamos nas pessoas. Um trabalho menos como papel de sobrevivência, e mais como expressão e contribuição, descobrir para que servimos, quem somos, a diferença que fazemos, nossa identidade.

E o propósito? Para Pallaes, não está nas pequenas tarefas, está na costura de significados, em enxergar sua essência e o impacto sobre os outros por meio do seu trabalho. Para criar novas oportunidades, as dicas são observar sua história, traduzir aprendizados e desafios e conectar competências.

Futuro do trabalho

O painel Futuro do Trabalho – O que vem pela frente? reuniu a future thinker e cientista do consumo, Andrea Bisker; o futurista e pesquisador Gui Rangel, e o palestrante e mentor de inovação, empreendedorismo e futurismo, Gustavo Machado. A mediação foi de Naiara Corrêa, head de Growth & Sales da Maturi. Eles começaram com um interessante exercício de um olhar para 2050.     

Para Andrea o futuro não existe, “a gente faz o futuro hoje com as nossas ações”. São nossos passos que vão construir o que vai ser o amanhã. As organizações, segundo ela, serão cada vez mais autônomas e descentralizadas, trabalhando com profissionais contratados por projetos, como já acontece nos Estados Unidos e Reino Unido. E para uma sociedade mais inclusiva e diversa, é preciso que o sênior seja visto como referência e não como reverência.

As pessoas de forma geral, segundo Gustavo Machado, devem continuar trabalhando em empresas em atividades mais estratégicas, menos repetitivas diante da evolução da inteligência artificial e da automação, principalmente os 50+. O desafio é estar aberto, ter a capacidade de desaprender e aprender para poder se preparar para este futuro.

Aprender e reaprender

O aprendizado ao longo da vida foi o tema do painel A vida não para aos 50: Lifelong Learning com o professor, empreendedor e palestrante Dante Freitas e Sandra Chemin, fundadora da FutureYou e consultora em estratégia, inovação e desenvolvimento organizacional. A mediação foi de Ana Thê Campos, head de Marketing e Eventos da Maturi.

Sandra, que faz 50 em dezembro desse ano, trabalhou com inovação a vida inteira e viveu em um veleiro após o diagnostico do câncer do marido. São 17 anos sem parar de se transformar, segundo ela, trabalhando remotamente desde 2005. Ela listou lições que aprendeu ao criar o futuro do seu trabalho: liderança pessoal, exercida com atitude e protagonismo, criando as próprias oportunidades de trabalho; e ampliar o olhar, conhecendo outras formas de viver, ser e aprender.

Outras lições são lifelong learning, ou seja, aprender sempre porque as transformações nunca vão parar, o mundo não vai voltar a ser como antes; encontre sua tribo, sua comunidade, seu espaço para aprender, praticar e cuidar junto; e AKO, palavra Maori, povo nativo da Nova Zelândia, que significa aprender e ensinar. Para ela, um não existe sem o outro. Descobri o que se pode ensinar, pode ser o primeiro passo para aprender.

Dante Freitas acredita que não é preciso ter pressa, é você quem determina o ritmo do processo, e mais que MBAs, o importante é o autoconhecimento, o que você faz com seu tempo de vida. O momento é de desconstrução diante da impermanência da vida, de ser mais natural, autoral, com tempo para as relações, para conexões reais. Em toda ação se aprender algo, não importa apenas os conhecimentos intelectuais. É preciso estar preparado para criar este novo mundo.   

Inspiração

No fechamento do primeiro dia, Mórris Litvak, CEO da Maturi, recebeu Abílio Diniz, 83 anos, presidente do Conselho de Administração da Península Participações, empresa de investimentos, e do Carrefour Global e Carrefour Brasil. Casado, pai de seis filhos com idades que variam entre 10 e 59 anos, para ele, envelhecer é uma certeza, e envelhecer bem é uma escolha.

Abílio destacou em sua fala que seu propósito de vida é ser feliz, aprender e compartilhar. E para ter uma vida melhor em qualquer idade, recomenda o controle de estresse, autoconhecimento, espiritualidade e o amor que é o motor para seguir em frente. Outra palavra de ordem é humildade, reconhecer que não se sabe tudo, ter respeito pela a opinião da outra pessoa que pode ser mais importante. “Quero ser hoje melhor que fui ontem e ser melhor amanhã”, afirmou.

Para este momento de pandemia de Covid-19, Abílio diz que é preciso serenidade para separar os medos reais dos imaginários, resiliência e preservar a saúde para na possiblidade de cair poder se levantar e se reiventar. O importante, segundo ele, é não parar tanto quanto possível, não parar de ler, de fazer o que sempre se fez, de trabalhar, de participar da vida, das pessoas, conversar, aprender, manter bons relacionamentos no trabalho e com a família.  

Abílio é um dos responsáveis pela plataforma Plenae, com curadoria de conhecimentos sobre longevidade com qualidade e bem-estar, baseada nos pilares corpo, mente, relações, espírito/fé, contexto e propósito. Segundo ele, conhecimentos não só para a longevidade mas para que as pessoas vivam bem, dentro da ideia de aprender e compartilhar.  (Katia Brito)

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