Aquarius - Eternamente Sou - audionovela
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EternamenteSou apresenta a audionovela “Aquarius”

Um projeto que começou como uma peça e devido à pandemia de Covid-19 se transformou na audionovela Aquarius, produzida pela ONG Eternamente Sou, voltada para o envelhecimento LGBT. O roteiro de Celso Rabetti e Mariza Pinto nos leva ao Residencial Aquarius, uma instituição de longa permanência para idosos (ILPI), que no ano de 2030 vive um momento de transformação com novas regras impostas por um novo gestor.

A estreia foi no dia 4 de novembro e o último dos 10 episódios irá ao ar na próxima quarta-feira, dia 25. Ouça no canal do YouTube da EternamenteSOU Oficial e na plataforma Spotify: áudio novela aquarius. O enredo começa com a chegada do gestor de perfil conservador que atropela benefícios que existiam como atividades cognição, xadrez, dominó, meditação, alongamento e o coral.

Celso, que também responde pela direção artística e preparação do elenco, conta que no ano passado, depois de uma pesquisa feita com idosos que fazem parte da ONG, foi decidida a montagem da peça, mas com a pandemia de Covid-19, o projeto ficou suspenso. Com o texto escrito e parte das falas dos personagens prontas, eles optaram por relembrar as antigas audionovelas.

Os ensaios começaram em junho pela plataforma Google Meet e cada ator fez as gravações de sua personagem individualmente. O material foi depois produzido e editado por Matheus Cunha. “Deu super certo. O projeto envolveu 19 atores, na sua integralidade pessoas associadas à EternamenteSou do Brasil inteiro”, avalia o diretor.

Elenco

Aquarius - Eternamente Sou - audionovela - Celso Rabetti

O resultado do trabalho à distância surpreendeu Celso (foto), que também vive o narrador Vitório Duarte. Um personagem que parece ter vivenciado a rotina do residencial, mas de forma silenciosa depois de dois Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs). Também fazem parte do elenco Dora Cudignola e Marcelo Gesualdo de Paula, que vivem o casal Rafaela e Rui, que deixam Maria Quitéria, de Arlete Lisboa, no Aquarius contra a sua vontade.

Outros atores são Kaio Márcio (vendedor de frutas), Bertholeza Vidal (motorista de trânsito), Juarez Anandi (pedinte do semáforo), Sylvi Argone (o enfermeiro Jonas), Sueli de Souza (recepcionista Carla), Dayvison Antônio da Silva (Benê), Kerua (Capitão Macedo, residente do Aquarius), Ricardo Alves da Silva (Carlão), Luis Baron (o novo gestor Amélio Queiroz), Mônica Pita (a residente Matilde), Ricardo Alves da Silva (Izilda, também residente), Juarez Anandi (Rosa) e Valéria Takahashi (a ex-gestora Joana). A locução é de Claudio Nascimento. Também participam Chris Mendes, Edi Matos e Rogério Pedro.

“A audionovela acontece dentro de uma ILPI, o que também é muito interessante, porque são pessoas acima de 50 anos e isso tem certa proximidade com a realidade. A história acontece em 2030, esperamos que esses ambientes sejam mais receptivos à diversidade, aberto a pessoas com várias orientações sexuais, o que no presente ainda não acontece”, ressalta. Outra questão é a sexualidade, já que há um estigma que os idosos não têm atividade sexual. “As coisas acontecem, em outro ritmo, outro tipo de relação, mas a sexualidade continua presente”, afirma.  

Vivências

Os ensaios da audionovela trouxeram duas consequências bacanas, de acordo com Celso. Além da formação em artes cênicas, com a criação do personagem, a preparação da voz e as inflexões da fala, houve a socialização. “Formou-se um grupo muito legal, de diálogo”, conta. Os sábados se transformaram em um lugar de encontro, uma oportunidade para de falar de si e trabalhar as ansiedades provocadas pelo distanciamento social.  

Depois de um descanso em dezembro, a expectativa é de uma segunda temporada em 2021. “Foi uma experiência muito interessante em termos de resultado. A gente vive tempos muito ligados à imagem, e a audionovela resgata a construção da imagem a partir indicativo do dramaturgo e escritor. A imagem é extremamente valorizada em detrimento do que se lê e escuta. Vamos manter o audionovela”. Uma apresentação presencial não está descartada quando for possível.

(Katia Brito)

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