Diante dos números elevados de desemprego no país, fiquei pensando sobre o termo força de trabalho, comum nas pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, sobre ocupação e desocupação. Em um país jovem, como não seremos mais em breve, e pouco preparado, força de trabalho é imediatamente associada às condições físicas, literalmente à força que será exigida do trabalhador.
Os tempos são outros e, com os avanços tecnológicos, principalmente essa força do trabalhador é cada vez menos exigida, substituída por robôs e outros equipamentos. Os serviços mais braçais vão perdendo a força, perdendo espaço no mercado.
Embora em tempos de crise econômica, o desemprego esteja batendo na porta de quem é preparado ou não, certamente quem depende apenas da força de trabalho, encontrará mais desafios para conquistar uma vaga. É fundamental investir em atualizações e se qualificar para este novo mercado, onde a força é só parte do processo. Mais que um corpo é exigido do trabalhador uma mente sã, preparada tecnicamente e emocionalmente para os desafios que surgem a cada dia.
Outro ponto importante é que esta força também vem associada à idade, à juventude. Serão os jovens a força de trabalho do futuro, ainda mais se levarmos em conta o envelhecimento da população, ou seja, o crescente número de idosos?
Os jovens têm pressa, pressa de conquistar a primeira oportunidade, pressa para que uma vez conquistada logo dê os frutos que ele deseja, e nem sempre é assim. Na outra ponta, sem a força física da juventude, se limita a participação no mercado para quem vai chegando aos 40, 50 anos ou mais. Os mais experientes têm uma força de trabalho diferente, um vigor que está na mente acostumada aos desafios, sem pressa do resultado, em busca de uma melhor qualidade de vida. E a conexão entre estas duas mentalidades pode resultar em uma importante força de trabalho, que realmente faça a diferença para as empresas.
Investir no preparo de jovens e dos mais experientes, no resgate da autoestima de quem até já desistiu de procurar emprego, é fundamental para que o país recupere sua força de trabalho. E nem sempre este investir depende de mais recursos, é preciso sim que os já existentes sejam usados da melhor forma. Uma força de trabalho, que vá além das condições físicas, certamente fará a diferença no futuro do país que envelhece. (Katia Brito – disponível também no LinkedIn / Imagem dePublicDomainPictures por Pixabay)