A preocupação é grande com o contágio e disseminação do novo coronavírus (Covid-19) em instituições de longa permanência para idosos (ILPIs), antigamente conhecidos como asilos. E pensando nisso a Frente Nacional de Fortalecimento às Instituições de Longa Permanência para Idosos preparou um relatório técnico para o enfrentamento emergencial da pandemia. A coordenação geral é da geriatra Karla Giacomin.
O material tem como objetivo subsidiar a Comissão de Defesa dos Direitos do Idoso da Câmara Federal, com ênfase para as instituições de acolhimento. O tema também está em discussão em uma comissão externa da Câmara que analisa ações contra o novo coronavírus e deve construir em conjunto com os Ministérios da Saúde e da Cidadania e as instituições um protocolo para prevenir a disseminação do vírus e garantir o atendimento em hospitais de residentes infectados.
O direito à vida fundamenta o trabalho da Frente Nacional de Fortalecimento às Instituições de Longa Permanência para Idosos, criado para minimizar o contágio e a disseminação da Covid-19 entre os moradores, profissionais e cuidadores de ILPIs. Entre os integrantes, há participantes da teleconferência realizada em abril pela Câmara Federal.
Os participantes desse encontro virtual se organizaram em grupos de trabalho com a participação de profissionais de diferentes regiões do Brasil, coordenados por especialistas:
Prevenção de contágio e detecção precoce – Silva Poltronieri Lamera (RS)
Comunicação com familiares – Marisa Acioly (SP)
Abordagem dos casos suspeitos dentro da ILPI – Cristina Hoffmann (DF)
Definição de funcionalidade e proporcionalidade terapêutica – Walquiria Cristina Batista Alves (PA)
Cuidado paliativo – Juliana Elias Duarte (MG)
Critérios de remoção e de retorno à instituição – Virgílio Garcia Moreira (RJ)
Fluxos em caso de óbito na ILPI por suspeita de Covid – Marília Anselmo Viana da Silva Berzins (SP)
Boas práticas para os profissionais – Rosalina A. Partezani Rodrigues (SP)
Questões Jurídicas das ILPI – Cláudio Stucchi (SP)
Cada grupo em sua especificidade propõe orientações emergenciais para gestores públicos, sociedade, Conselhos de Direitos dos Idosos e de Políticas Públicas, órgãos profissionais de classe, mantenedores, proprietários, profissionais, familiares e residentes de ILPIs. O documento é dividido em seções que incluem os diferentes eixos de atuação das instituições de acolhimento no enfrentamento da Covid-19, como também Sínteses das Boas Práticas em ILPI, Questões Jurídicas de interesse e Do Financiamento.
Atividades
O relatório traz também sugestões de atividades de acordo com o grau de dependência do idoso. Para os independentes, são indicados, por exemplo, a leitura de livros, garantia de rotinas e atividades de lazer, e promoção de atividades intergeracionais e sociofamiliares utilizando os meios digitais.
Para idosos semidependentes, como cadeirantes, porém com a cognição preservada, são recomendadas intervenções com estímulos por meio de músicas, cheiros e paladar, leitura de poemas e histórias e exercícios respiratórios. Já aos acamados e com a cognição comprometida, estímulos musicais e olfativos e protocolos para otimização da respiração.
No cuidado institucional, segundo o relatório da Frente Nacional de Fortalecimento às Instituições de Longa Permanência, “a meta deve ser preservar o melhor nível de saúde física, cognitiva e mental. Assim, alternativas para a manutenção das relações das pessoas idosas devem ser priorizadas, com a disponibilização de videochamadas e telefonemas”.
Contribuição
A expectativa do grupo é que “governantes, parlamentares, conselheiros e dirigentes e administradores das ILPIs consigam trilhar juntos na mesma direção para que sejam concretizados todos os meios possíveis para a proteção das pessoas idosas institucionalizadas e dos funcionários”. Acesse o relatório na íntegra no link. (Katia Brito / Imagem principal de Sabine van Erp por Pixabay)