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Infecção urinária, a cistite, afeta mais as mulheres

As mulheres são as maiores vítimas das cistites: aproximadamente metade delas apresentará pelo menos uma infecção urinária ao longo da vida. Isso pode ocorrer por questões anatômicas, hábitos, vida sexual e hormonal.
A cistite é uma inflamação da mucosa da bexiga e pode acometer homens, mulheres e crianças. As informações são de Marco Aurélio Lipay, doutor em Cirurgia (Urologia) pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), titular em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia, membro correspondente da Associação Americana e Latino Americano de Urologia e autor do livro “Genética Oncológica Aplicada a Urologia”.

A cistite pode ser desencadeada por medicamentos (como os quimioterápicos) que podem causar inflamação da bexiga; radioterapia na região pélvica (actínica); inflamação crônica de causa desconhecida e de difícil tratamento (intersticial); uso de sonda na bexiga por longos períodos; cálculo urinário; câncer de bexiga; fungos, principalmente em pacientes diabéticos e imunodeprimidos; bactérias, que são as causas mais frequentes; e uma associação de outras condições da bexiga ou abdome inferior, tais como: câncer ginecológico, corrimento vaginal, doenças inflamatórias pélvicas, endometriose, doenças inflamatórias do intestino, lúpus, tuberculose, entre outras.

A cistite intersticial (CI) não é causada por uma infecção bacteriana e acomete aproximadamente 12 milhões de pessoas nos Estados Unidos. As causas não são claras e admite-se ainda que possa ser provocada por um problema vesical motivado por alterações no sistema nervoso, muscular, química da urina ou alergia. Uma complicação observada na CI é a redução da capacidade vesical funcional máxima, ou seja: “a bexiga fica pequena”.

Em aproximadamente 90% das vezes a bactéria E. coli é a responsável pela cistite bacteriana. Essa bactéria coloniza a pele do períneo e habita o intestino, sem nenhum problema; mas se alcançar a bexiga e os rins, pode desencadear grandes danos, inclusive com risco de vida. A cistite pode acontecer depois de uma relação sexual, provavelmente porque a uretra sofreu traumas (normais do próprio coito) e torna-se vulnerável à migração das bactérias, sendo mais intensa e comum na menopausa, devido ao ressecamento da vagina por deficiência hormonal (estrógeno). 

Sintomas, diagnóstico e tratamento

A cistite pode não ter sintomas, mas eles podem ser intensos, súbitos e bastante desconfortáveis, devido ao aumento da frequência e urgência miccional; dor ao urinar ou no abdome; urina turva, escura ou com cheiro forte; presença de sangue na urina; mal estar geral; febre; confusão mental (mais comum em pessoas idosas).

No diagnóstico, o médico identifica fatores como: o padrão miccional, hábitos miccionais, intestinais e vida sexual; doenças associadas, como corrimentos vaginais, diabetes, doenças autoimunes, etc; uso de medicamentos, alterações anatômicas, alterações em exames de urina e imagem.

O tratamento deve ser personalizado para cada cistite; mas nas bacterianas, o médico prescreverá além dos analgésicos o antibiótico, guiado pelo antibiograma. Ao tratamento urológico, soma-se o acompanhamento multidisciplinar (ginecologista e proctologista) em caso de infecção urinária de repetição.

Prevenção

Para prevenir a cistite, recomenda-se beber bastante água; evitar bebidas como chá, cítricos, chimarrão, refrigerantes e café; usar roupas íntimas de algodão; preferir duchas ao papel higiênico; fazer a higiene íntima sempre da vagina para o ânus e utilizar produtos neutros, sem perfumes; manter o períneo limpo e seco; urinar assim que você sentir desejo; lavar a área genital antes e depois do ato sexual; evacuar pelo menos uma vez ao dia.

Na menopausa, se a paciente tiver cistites, consulte um ginecologista para o uso de hormônios, caso não tenha contra indicação; evitar usar anel anticoncepcional (consulte um ginecologista); tratar os cálculos renais, caso você os tenha. Aos sinais e sintomas de cistite procure o seu médico ou um urologista, ainda mais se houver dor lombar e febre, o que pode representar um caso mais grave. (Fonte: RF Comunicação / Dr. Marco Aurélio Lipay / Imagem de congerdesign por Pixabay)


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