As instituições de longa permanência para idosos (ILPIs) têm um papel fundamental nos cuidados de longa duração. “Infelizmente ainda existe um costume na sociedade de que a partir de certa idade as pessoas são descartáveis e não recebem a mesma atenção e cuidado que tiveram ao longo da vida. Sendo assim, as ILPIs acolhem a população 60+ e mostram um leque de possibilidades para as pessoas desta faixa etária”, destaca Philippe Macridis, da diretoria de Comunicação e Marketing da Casa São Luiz, ILPI que este ano completa 130 anos de fundação, a mais antiga do Brasil.
A Casa São Luiz foi fundada pelo Visconde Luiz Augusto Ferreira D’Almeida em 1890. Proprietário de uma fábrica de tecidos, entre outras empresas, percebeu o envelhecimento dos funcionários e que estes não tinham mais condições de trabalhar. Em uma viagem à França, conheceu uma residência para idosos e decidiu trazer a ideia para o Brasil. No bairro do Caju, no Rio de Janeiro (RJ), foi criada a “Casa São Luiz – Asylo para a velhice desamparada”, nome utilizado na época. Macridis (foto) é descendente da família fundadora.
Cuidados essenciais
Ao longo dos anos, a instituição se adaptou às necessidades das pessoas idosas, implantando, por exemplo, rampas e corrimões, elevadores, acomodações e banheiros adaptados, corredores e portas largas, entre outros. Outra mudança foi a contratação de uma equipe multidisciplinar. “Dentro deste grupo de colaboradores temos as áreas de enfermagem, gerontologia, geriatria, nutrição, serviço social, psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia e psiquiatria, e com eles é possível entender o que a população idosa precisa nos dias de hoje”, explica Macridis.
Além das mudanças nas instituições, como ocorreu com a Casa São Luiz, o executivo acredita que vem mudando o olhar da sociedade sobre o segmento: “Um exemplo nítido sobre isso é o fato de uma instituição para idosos não ser mais chamada de asilo, pois remete a um lugar de abandono. Não é simples mudar uma nomenclatura utilizada há tanto tempo, de asilo para ILPI, que possuem uma infraestrutura de residencial. É um lugar onde os residentes possuem autonomia e independência, desfrutam de serviços de um hotel e de todo um cuidado com a saúde”.
A Casa São Luiz oferece atividades que promovem estimulação cognitiva, bem-estar, movimentação, socialização, entre outras. “Nas nossas mídias sociais explicamos o termo utilizado (ILPI) e mostramos como é a rotina da instituição e dessa forma é possível ensinar a enxergar nosso trabalho de forma correta”, complementa Macridis.
Investimentos e modernização
Reforçando a importância das instituições de longa permanência, Macridis destaca que são espaços que abrem muitas possibilidades para as pessoas de 60 anos ou mais: “Mas faz-se necessário mais investimento nesse setor, pois dessa forma mais idosos terão acesso a esse tipo de serviço. E assim a população idosa receberá os devidos cuidados essenciais para essa fase da vida”. Atenta a esses desafios a Frente Nacional de Fortalecimento às ILPIs promove este mês o I Seminário Nacional de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) – Construindo Parcerias.
Espaço que vão evoluindo ao longo do tempo, se modernizando, para acompanhar as necessidades das pessoas idosas e oferecer serviços de excelência. “Aos poucos é possível ver que esse processo de modernização, de utilizar um novo conceito de residencial, é cada vez mais comum. Os locais que não seguirem essa tendência necessária vão acabar não suprindo o que a população 60+ almeja”, conclui o executivo da instituição.
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