A campanha Julho Amarelo faz referência ao dia 28 de julho, data escolhida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para celebrar o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais. A campanha visa conscientizar e orientar a população a respeito das consequências das hepatites virais e da importância da prevenção e do diagnóstico precoce dessas doenças.
Segundo o Ministério da Saúde, milhões de pessoas no Brasil são portadoras do vírus das hepatites B e C e não sabem, correndo o risco de desenvolverem a doença crônica, cujas consequências mais graves são a ocorrência de cirrose ou câncer hepático. Veja no blog Nova Maturidade o exemplo de Humberto Silva, idealizador da campanha Hepatite Zero do Rotary Internacional, que inspirou o programa Corona Zero.
A hepatite é uma afecção do fígado, causada por vários fatores tais como infecções virais, consumo excessivo de álcool, uso de medicamentos que podem lesar o fígado, além de doenças autoimunes. “São três as hepatites virais mais comuns: hepatite A, hepatite B e hepatite C”, explica o Dr. Claudio Roberto Gonsalez, infectologista e prestador de serviços do Hospital América de Mauá.
O diagnóstico das hepatites virais é feito por meio de exames sorológicos em que é investigada a presença de anticorpos no sangue do paciente, sintetizados por ele para agir contra o vírus. No exame físico, são pesquisados sinais de doença hepática, como icterícia e aumento do volume do fígado. “Outra forma de diagnosticar hepatites B e C é fazendo a pesquisa do vírus diretamente no sangue por meio de um exame chamado Reação de Cadeia de Proteínas (PCR ou carga viral)”, lembra o infectologista.
Os sintomas mais comuns das hepatites virais são febre, dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia e astenia (perda ou diminuição da força física), sendo os mais característicos a icterícia (pele e olhos amarelos), colúria (urina escura) e acolia fecal (fezes esbranquiçadas). “A maioria dos pacientes, porém, são assintomáticos”, ressalta o especialista.
O tratamento da doença depende do tipo de hepatite. “A hepatite A é geralmente autolimitada, possui cura espontânea. Já as hepatites B e C também podem se curar espontaneamente, mas ao cronificarem, devem ser tratadas com antivirais”, esclarece o doutor.
Medidas preventivas
A melhor estratégia de prevenção das hepatites inclui medidas educacionais de higiene, melhoria das condições de vida, com adequação do saneamento básico, e não ter relações sexuais sem proteção. “No caso das hepatites A e B, a vacinação é uma das melhores formas de se evitar a doença. No caso da hepatite A, o saneamento básico e bons hábitos de higiene são importantes fatores protetores. Para as hepatites B e C, o uso de preservativos, o controle rigoroso de transfusões sanguíneas e a pesquisa da doença no pré-natal são métodos utilizados”, pontua Gonsalez.
O maior desafio dos especialistas ainda é a falta de conhecimento das pessoas sobre essas doenças. “Existe muita falta de esclarecimento da população. As pessoas praticamente não reconhecem as formas de transmissão e não valorizam o valor da vacinação para esses casos”, finaliza o médico. (Fonte: Hospital América de Mauá / Imagem principal campanha de testagem no ano passado na cidade de Santarém, no oeste do Pará – crédito Ascom PMS/Divulgação)