Mulher menopausa riscos e terapias
Saúde & Bem-estar

Menopausa: viva com saúde e bem-estar

A partir dos 40 anos, o assunto menopausa começa a entrar no radar das mulheres. Embora o fim do período reprodutivo seja algo natural, muitas mulheres temem as supostas consequências da queda dos hormônios. Por incrível que pareça, ainda há muita desinformação sobre o tema, tabus e preconceitos da sociedade em geral, inclusive do próprio gênero feminino.

O Dia Mundial da Menopausa, no dia 18 de outubro, propõe esclarecer os mitos sobre o assunto e conscientizar as mulheres de que é possível lidar com os incômodos causados por esta transformação e encará-la sem medo e preconceitos. A data foi criada pela Sociedade Internacional da Menopausa em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS). 

Mesmo para as mulheres que já conversaram com seus ginecologistas e decidiram pela reposição hormonal é comum surgir a dúvida: que riscos estou correndo? Quais as chances de ter câncer de mama? A boa notícia é que a forma como o hormônio é reposto no organismo – dosagem aplicada, via de administração e o período em que a reposição começa – assim que os primeiros sintomas da menopausa começam a aparecer – fazem toda a diferença no tratamento, diminuindo os riscos do aparecimento de complicações.

“Atualmente, sempre que possível, optamos por utilizar o estrogênio pela via transdérmica (pele), evitando a via oral. Esta via de administração diminui o risco de trombose em comparação à oral”, esclarece o ginecologista Fernando Guastella, formado pela USP e especialista em climatério. Segundo Guastella, o estrogênio administrado por boca, ao passar pelo fígado, gera substâncias que favorecem a coagulação do sangue, aumentando o risco de trombose.  

Guastella explica que nem toda a mulher pode fazer reposição hormonal. Tudo depende do histórico de saúde da paciente. “Para quem já tem histórico pessoal de câncer de mama, câncer de endométrio ou lesões pré-cancerígenas desta natureza, não é recomendável a reposição”, afirma.

Terapias

Decisão deve ser conjunta

Em quase todos os casos, é possível e, muitas vezes, até recomendável a terapia hormonal.  “Fazer ou não reposição hormonal é uma decisão conjunta entre paciente e médico. É dever do ginecologista discutir de maneira clara com a paciente todos os benefícios e riscos envolvidos na reposição. A mulher também deve receber informações sobre os tratamentos não hormonais que, da mesma forma, apresentam riscos e efeitos colaterais”, esclarece Guastella.

Segundo o ginecologista, a paciente deve se sentir bem com o tratamento escolhido, pois isto aumenta a satisfação pessoal e auxilia no controle dos sintomas.  “Não adianta a pessoa seguir com um tratamento com o qual não está de acordo. O tratamento da perimenopausa e pós-menopausa deve ser feito somente para quem estiver sofrendo por causa da redução dos hormônios. Ele deve promover a saúde, prevenir doenças e gerar bem-estar e não o contrário”.

Reposição hormonal

Além do câncer de mama, outro grande bicho papão para quem tem medo da reposição hormonal é o aumento do risco de câncer de útero. Este é outro exemplo de que tudo pode mudar dependendo do esquema que se adota na terapia hormonal.

“Estudos comprovam que a reposição hormonal somente com estrogênio aumenta a incidência de câncer de endométrio. Mas, se o estrogênio for combinado com progesterona, a proteção para a mulher para este problema é maior do que se não houvesse a adoção de compensação hormonal”, explica Guastella.

Segundo Fernando Guastella, com base nos estudos mais recentes, sabe-se hoje que começar o tratamento de reposição hormonal só é indicado para as mulheres na perimenopausa ou para as que estiverem no intervalo até 10 anos após a menopausa. “Chamamos isso de janela de oportunidade. Após este período não é recomendável realizar reposição hormonal porque o risco de doenças cardíacas aumenta”. 

Histórico

Nas décadas de 80 e 90, estudos em laboratório e com mulheres mostraram grande benefício do uso da reposição hormonal contra os sintomas da menopausa nas mulheres. Em 2002, o estudo WHI (Women’s Health Initiative) realizado em mulheres com mais de 10 anos de menopausa e administrados com estrogênio pela via oral em altas doses demonstrou risco aumentado para eventos cardiovasculares como infarto e derrame, além do risco de câncer de mama.

Estudos mais recentes, entretanto, como o KEEPS (estudo de prevenção precoce com estrogênios de Kronos) e o Elite (intervenção precoce e tardia com estradiol), que utilizaram estrogênio em menores doses e por via transdérmica em mulheres na transição menopausal, comprovaram redução do risco de doença como infarto e derrame cerebral. 

O que é?

Terapia de reposição hormonal é a administração de estrogênio para mulheres na menopausa. A administração da progesterona somente é indicada para mulheres que tem útero, pois as que retiraram o útero com cirurgia não precisam utilizar a progesterona. A terapia de reposição hormonal também pode envolver a administração de hormônios masculinos em situações específicas.

Entre os benefícios: melhora os sintomas da menopausa, prevenção e tratamento da osteoporose, diminuição no risco de câncer de endométrio e no intestino grosso, redução de sintomas que podem prejudicar a vida sexual como secura vaginal ou dor durante a relação, e melhora da pele e cabelos.

(Fonte: Alquimia Comunicação / Imagem principal de silviarita e do médico de valelopardo, ambos por Pixabay)

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