Em 2020, a população idosa, de 60 anos ou mais, foi a maior vítima fatal de covid-19, porém, há uma sub-representação de pretos e pardos. Os dados preliminares são do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, disponíveis na Síntese dos Indicadores Sociais (SIS), divulgada pelo IBGE no dia 3 de dezembro. Das 200,6 mil mortes por covid-19 com idade identificada, 76,9% (154,4mil) foram de pessoas nessa faixa de idade.
Os indicadores apontam que, entre os idosos, morreram mais homens pela doença do que mulheres. Mas quando se observa a cor ou raça dos óbitos, o percentual foi maior em idosos brancos (41%) do que pretos e pardos (35,9%). Resultado diferente de todas as faixas de idade de zero a 69 anos, o que destaca a sub-representação de pretos ou pardos, em razão da menor esperança de vida desse grupo social.
De acordo com o analista da pesquisa, Leonardo Athias, a variação do número de óbitos está relacionada ao estilo de vida individual e às condições de vida de grupos sociais. Pretos e pardos têm menor acesso a serviços de saúde e consequentemente menores condições de prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças.
Dados de mortalidade
Os dados de mortalidade disponíveis na SIS mostram que, em 2020, o número total de mortes cresceu 15% no país, em relação a 2019, totalizando 1,6 milhão de óbitos. Antes disso, entre 2010 e 2019, o crescimento médio anual das mortes era de 1,9%.
A análise das causas de óbitos por grupos de idade mostra que causas externas (agressões e violências) foram o principal motivo de morte entre pessoas com até 49 anos, equivalendo, em 2020, a 94,6 mil mortes. Entre 50 e 69 anos, as causas principais foram neoplasias (tumores), 95 mil, e doenças do aparelho circulatório (como infarto e AVC), 109 mil.
A partir dos 70 anos, foram mais frequentes mortes por doenças no aparelho respiratório (101,6 mil). A evolução das doenças infecciosas e parasitárias foi significativa comparando 2019 e 2020, pois também inclui a infecção por coronavírus. Para o analista do IBGE, as causas de óbitos permitem apontar riscos e problemas de saúde mais frequentes na população e a efetividade das ações preventivas das complicações de doenças.
“Com essas informações, pode-se reduzir as diferenças na distribuição da ocorrência de óbitos no território e entre grupo sociais, de tal forma que políticas públicas possam levar a que grupos mais vulneráveis obtenham padrões de saúde já alcançados por outros grupos”, conclui Leonardo Athias.
(Fonte: Agência de Notícias IBGE / Imagem principal: Nature photo created by freepik – www.freepik.com)