A população com 60 anos ou mais na cidade de São Paulo quadriplicou nos últimos cem anos de acordo com as projeções do Seade, divulgadas na semana passada em razão do aniversário de 467 anos da capital, comemorados nesta segunda-feira, dia 25 de janeiro. Por outro lado, a participação dos menores de 15 anos caiu pela metade. A idade média dos paulistanos aumentou 12 anos, passando de 24,6 para 36,7 anos, entre 1920 e 2021.
São Paulo tem atualmente 11,9 milhões de residentes, o que, segundo as projeções do Seade, representa 26,6% da população estadual e 5,6% da brasileira. Em 2020, desse total, 1.853.286 das pessoas tinham 60 anos ou mais, sendo 59,3% mulheres. O levantamento divide a população idosa nas faixas etárias de 60 a 64 anos – 594.097 habitantes; 65 a 69 anos – 468.480; 70 a 74 anos – 340.908, e 75 e mais – 449.801.
As maiores concentrações da população com 60 anos e mais, de acordo com o levantamento, estão na região central, destacando-se Alto de Pinheiros com 29,2% de seus residentes nessa faixa etária. Os distritos Sé e Brás são exceções na região central, pois contam com 11,7% e 13,8% de idosos, respectivamente. As menores proporções aparecem nas regiões mais periféricas, sendo o menor valor em Anhanguera (9,1%).
Os principais fatores que contribuíram para a mudança na composição etária do município foram a queda na taxa de natalidade e a expressiva redução da mortalidade em todas as faixas etárias. O número de nascimentos por mil habitantes nos últimos cem anos passou de 34 para 13, e destaque para a mortalidade infantil, com a queda de 176 para 11 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos.
Avanço e retrocesso
Com números tão expressivos e crescentes da população 60+, neste aniversário a cidade tem avanços a comemorar como a conquista do Selo Pleno do programa estadual Cidade Amiga do Idoso, mas também há retrocessos no caminho. Exemplo disso a suspensão da gratuidade para a população de 60 a 64 anos no transporte público.
A decisão que compromete a mobilidade de milhares de idosos foi compartilhada com o governo do Estado nos transportes metropolitanos. As medidas, previstas para entrar em vigor no dia 1 de fevereiro, são alvo de manifestações, abaixo-assinados e pedidos de revogação na Justiça.
Crescimento em queda
São Paulo tornou-se a maior cidade do Brasil em 1960, quando superou o Rio de Janeiro. Hoje, é mais populosa que Portugal e Grécia, semelhante à Bélgica e Bolívia e comparável aos Estados do Paraná e Rio Grande do Sul. Em cem anos, a população aumentou 20 vezes, porém o crescimento anual caiu. Na década de 1920, a cidade crescia 4% ao ano, chegou a 5,6% nos anos 1950, e agora cresce 0,5%.
A vinda de imigrantes contribuiu para o crescimento da população paulistana até a década de 1970, mas mudou desde então. O número de nascimentos que chegou a 256,3 mil em 1982, hoje se aproxima de 160 mil. Já o volume de óbitos foi crescente em todo período: de 10,6 mil chega a 78 mil por ano.
(Fonte: Seade / Foto principal: Kelsen Fernandes / Fotos Públicas)