A população trans enfrenta diversos desafios na sociedade, um deles é envelhecer. A expectativa de vida é de 35 anos, segundo dados do IBGE, enquanto a média nacional é de 75,5 anos, mais que o dobro do tempo. A vida curta das pessoas trans está ligada ao alto índice de adoecimento, dificuldades no acesso e atendimento nos serviços de saúde e a transfobia, que é o preconceito ou ação discriminatória contra pessoas transsexuais.
No Brasil, o Dia Nacional da Visibilidade Trans, comemorado em 29 de janeiro, promove reflexões sobre a cidadania das pessoas travestis, transexuais e não-binárias. Foi nesta data em 2004 que travestis e transexuais conseguiram pela primeira vez um espaço no Congresso Nacional para debater a realidade da população, seus desafios e reivindicar respeito e acessibilidade.
A partir de então houve avanços importantes como a retirada da transexualidade da Classificação de Doenças (CID) e a implementação de ambulatório para a Saúde Integral para Travestis e Transexuais. Há uma unidade na cidade de São Paulo, criada em 2010.
Questionamentos
Segundo Jacqueline Côrtes (foto), professora, ativista da causa e mãe, o Brasil ainda é, pelo 12º ano consecutivo, o país que mais mata transexuais no mundo. Para ela, é preciso discutir identidade de gênero, a situação das pessoas trans no país, o que pode ser feito para melhorá-la e o papel da sociedade nesse processo.
No âmbito da saúde, uma grande preocupação da população trans é a contaminação pelo vírus HIV. Segundo dados do UNAIDS, a população trans tem 12 vezes mais chance de infecção pelo HIV do que a população em geral. Ainda de acordo com o levantamento, 31,9% das pessoas trans tiveram experiências ruins com profissionais da saúde e 36,3% temiam ser maltratadas ou terem diagnósticos positivos revelados sem consentimento.
Para Gabriel Antunes, médico infectologista e gerente médico senior da Gilead Sciences Brasil, o Dia da Visibilidade Trans é importante para educar e chamar atenção para a causa, de modo que a sociedade consiga se tornar menos preconceituosa.
Mobilização
Como parte do programa de responsabilidade social, a biofarmacêutica Gilead Sciences Brasil está desenvolvendo uma iniciativa focada na população trans e na prevenção da contaminação pelo vírus HIV. O objetivo é realizar um conjunto de projetos que empodere o grupo e ajude na prevenção de doenças, diminuindo a vulnerabilidade social das pessoas trans.
A primeira etapa consiste em uma pesquisa diagnóstica sobre a população trans com as consultoras Jacqueline Cortês e Keila Simpson. O estudo busca entender quem são essas pessoas no território brasileiro, considerando desde a condição socioeconômica até a prevalência geográfica. Além disso, a empresa busca trazer para a iniciativa membros militantes e ativistas da comunidade.
A Gilead Sciences também lançou o Movimento PositHIVo, plataforma com conteúdos exclusivos sobre formas de prevenção e tratamento da doença para combater a sorofobia (discriminação contra as pessoas que vivem com HIV). Saiba mais em movimentoposithivo.com.br.
EducaTRANSforma
A Chico Rei, e-commerce do segmento de camisetas criativas e personalizadas, se juntou ao EducaTRANSforma, e lançou uma coleção (foto) que terá renda revertida ao projeto. A iniciativa de impacto social capacita gratuitamente pessoas trans em trilhas de tecnologia e inovação para inclusão no mercado de trabalho, e ainda atua como consultoria de diversidade.
O objetivo da EducaTRANSforma é realizar transformações culturais através das óticas de equidade e do pertencimento de todas as pessoas. Em parceria com o e-commerce são três estampas disponíveis em camisetas, caneca, poster e capa de celular, com a renda revertida ao projeto.
Leia no blog histórias de resistência trans que foram destaque no Seminário Velhices LGBT, realizado em 2019 pela ONG EternamenteSou.
(Fontes: Fundamento RP / Gilead Sciences / VCRP / Chico Rei / Imagem principal Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju) do Tocantins)