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Projeto Bela Velhice une Brasil e Portugal

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O projeto de colaboração “A Revolução da Bela Velhice”, entre a antropóloga brasileira e escritora Mirian Goldenberg, pesquisadora na área do envelhecimento e longevidade, e José Carreira, diretor da revista Envelhecer e representante do movimento #StopIdadismo em Portugal, teve início no mês passado. A data escolhida foi o dia 25 de abril marcado pela Revolução dos Cravos, que, em 1974, que estabeleceu as liberdades democráticas no território português.

A iniciativa, segundo José Carreira, visa contribuir para uma urgente mudança de paradigma no modo como o envelhecimento é encarado pelas cidadãs e cidadãos dos países irmãos. Assim como o propósito da Revolução dos Cravos, depois de 48 anos, “A Revolução da Bela Velhice” também propõe que todos se sintam e sejam, efetivamente livres e felizes. A mudança proposta convoca a todos para:

§  Deixar de ter medo de envelhecer;
§  Libertar-se;
§  Combater, sem tréguas, os estereótipos e estigmas que caraterizam o envelhecimento, especialmente o feminino;
§  Ter um projeto de vida (o seu projeto de vida, não aquele que os outros lhe possam sugerir / impor);
§  Aprender a dizer não;
§  Valorizar as amizades;
§  Viver todos os dias em plenitude;
§  Respeitar as suas vontades e desejos.

A proposta é desafiar o padrão cultural vigente, do culto da juventude, assumindo e advogando por um novo posicionamento das pessoas maduras no mundo para que tenhamos uma comunidade para todas as idades e a liberdade como garantia da felicidade.

“Todos nós envelhecemos! A Revolução diz respeito a todas as pessoas, de todas as idades. Vamos envelhecer em liberdade e felicidade na comunidade”, convidam. Veja as postagens nos perfis da revista Envelhecer, no #StopIdadismo nas redes sociais e de Mirian Goldenberg.   

Novo paradigma da velhice

Para José Carreira, é preciso romper a conspiração do silêncio. “Não podemos continuar, como a avestruz, a enfiar a cabeça na areia e a ignorar a desumanização que a sociedade reserva para os velhos que são ignorados, desprezados, estigmatizados, abandonados”.

O diretor da Envelhecer também ressaltou as mudanças do envelhecer feminino: “Os homens e as mulheres envelhecem diferentemente. Uma nova geração de mulheres maduras começa a despontar, são as filhas do rock and roll e do feminismo que hoje têm 60,70, 80 anos. São mulheres independentes, ativas e exigentes que não se resignam aos estereótipos e preconceitos típicos de uma sociedade idadista, paternalista e sexista”.

A língua portuguesa, segundo Carreira, é a quarta mais falada no mundo com aproximadamente 280 milhões de falantes, o que representa 3,7% da população mundial. “É na diversidade da língua portuguesa que se constrói, a sua riqueza, por todos os que diariamente a usam. Tirando partido deste fato, podemos chegar a mais pessoas, falantes da língua portuguesa – no Brasil, em Portugal e nas respetivas diásporas – tornar mais profícua o nosso ativismo em prol de uma velhice feliz, livre, humanizada”.

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