Belo Horizonte (MG) vai traçar um diagnóstico do envelhecimento da população LGBT+ na cidade. O projeto Longeviver LGBT+ é uma parceria entre o Diverso UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) – Núcleo Jurídico de Diversidade Sexual e de Gênero e a prefeitura da capital mineira. O objetivo é construir instrumentos que subsidiem o poder público e avaliar também a percepção de pessoas idosas LGBT+ sobre o acesso e a qualidade dos serviços públicos.
A parceria, oficializada em 2021, foi construída ao longo dos últimos anos por meio de um diálogo entre o Programa de Extensão Diverso UFMG, da Faculdade de Direito da UFMG, e a Diretoria de Políticas para a População LGBT da prefeitura. A proposta é de um cruzamento de experiências da velhice e da vivência de identidades de gênero e sexualidade.
O ponto de partida do projeto são as formas de violência contra a população idosa, como o abandono financeiro ou a exploração econômica, a violência física, a violência psicológica, a violência sexual e o abandono e negligência. Para os coordenadores do projeto, sua importância é redobrada diante do duplo processo de estigmatização e invisibilidade desta população, como também pela falta de dados e estudos voltados a esse público em Belo Horizonte.
Metodologia
Uma série de ações articuladas compõem o projeto. Serão aplicados questionários online para uma percepção de demandas, que serão aprofundadas em entrevistas e observação de realidades. A ideia é promover uma aproximação entre o Estado e a sociedade, possibilitando uma melhor qualificação dos serviços públicos, incluindo formulação, implementação, monitoramento e avaliação.
O diagnóstico vai abordar critérios como perfil socioeconômico; estrutura da família e histórico de fragilização de vínculos familiares; saúde mental e processos de adoecimento na velhice; violações de direitos e histórico de violência LGBTfóbica; percepção sobre segurança; vivência da sexualidade, relações afetivas; consumo, patrimônio e turismo.
A ideia também é avaliar a percepção da pessoa idosa LGBT+ sobre o acesso e a qualidade dos serviços públicos. A partir da avaliação de acesso e qualidade de serviços de saúde, assistência social, transporte público e mobilidade urbana, educação e cultura; acesso e qualidade de políticas de geração de renda e aspectos relacionados à empregabilidade da pessoa idosa LGBT+, além de acesso aos espaços públicos municipais e políticas de esporte e lazer.
A primeira fase da pesquisa disponível apenas para pessoas idosas LGBT+ que morem em Belo Horizonte está no link: https://forms.gle/NiS8RkGxdJKgTZtF6. Saiba mais em Diverso UFMG: http://www.diversoufmg.com/.
(Fonte: Assessoria de Imprensa UFMG / Imagem principal de burin kul por Pixabay)