Adequação, usabilidade, redução de riscos, testes de materiais, gerontodesign e biomecânica são alguns dos conceitos avaliados pelo Selo Funcional, uma certificação de produtos sênior. A iniciativa da Senior Lab em conjunto com o Instituto Moriguchi, Clínica Dr. João Senger e o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) foi lançada na Longevidade Expo+Fórum, realizada recentemente em São Paulo (saiba mais sobre a feira no link).
A proposta é desenvolver metodologias e testes para quantificar a funcionalidade dos produtos criados não exclusivos para idosos, mas também utilizados por eles. “A ideia surgiu da nossa observação do mercado e de relatos de usuários idosos nas várias pesquisas que a gente realizou e que outras empresas realizaram declarando que têm dificuldade para encontrar produtos adequados”, explica Martin Henkel, CEO da Senior Lab, que conversou com o blog na feira Longevidade.
A pesquisa O Brasil 60+, realizada pela Vitamina Pesquisas, Senior Lab, Ativen e Aging2.0, com base em dados do IBGE 2019 e PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilios), indica que cerca de 85% dos seniores têm dificuldade de encontrar produtos adequados e/ou de utilizar com segurança os produtos que encontram. Os idosos, também de acordo com IBGE e PNAD, correspondem a 23% do consumo de bens e serviços nas famílias.
Características físicas, musculares e cognitivas da população sênior serão levadas em conta pela iniciativa multidisciplinar. “A gente avaliou que caberia um olhar da adequação, da usabilidade, da redução de riscos e uso de materiais adequados. Os conceitos de gerontodesign consideram questões normais do envelhecimento como a perda de forca das mãos e perda de forca de pinça que é aquele exercício de segurar um objeto com os dois dedos”, destaca.
Se os produtos alcançarem o percentual de funcionalidade receberão a Certificação Selo Funcional. “Nós percebemos que a gente poderia ajudar tanto a indústria como o consumidor a encontrar produtos que atendessem algumas questões normais e naturais do envelhecimento. Produtos de uso diário desde garrafas e copos de água mineral, embalagens diversas, equipamentos eletroeletrônicos e calcados que precisam dar conforto e estabilidade”, afirma Martin.
Outros segmentos que podem solicitar voluntariamente a certificação Selo Funcional são vestuário, utensílios domésticos, produtos de higiene pessoal, mobiliário e segurança do lar, acessibilidade e mobilidade e itens de saúde. O objetivo, segundo Martin, é ajudar o mercado a melhorar a produção de produtos e o consumidor a escolher produtos que não ofereçam arrependimento mas sim uma boa experiência.
Expectativa
Antes mesmo do lançamento na Longevidade Expo+Fórum conversas já haviam sido iniciadas com empresas, assim como o preparo de ensaios em laboratório para os primeiros testes. A expectativa, segundo o CEO da Senior Lab, é que por volta de novembro a primeira certificação Selo Funcional possa ser lançada.
“A gente sabe que é um processo longo e que pode ser demorado, porque nós estamos lançando um conceito novo. Nossa expectativa é sensibilizar o mercado com ações e fatos, acompanhando e dando visibilidade aos produtos certificados. A partir daí o mercado começa a criar as soluções e as pessoas darão preferência a produtos mais adequados em detrimento de outros”, avalia Martin Henkel. Mais informações pelo site do IBTeC, pelo e-mail funcional@ibtec.org.br ou pelo telefone (51) 3553-1000.
Feira
A avaliação de Martin Henkel sobre a Longevidade Expo+Fórum foi extremamente positiva. “Um evento muito bem organizado, bonito, colorido. A gente está falando aqui de vida, não estamos falando de doença, sim de expectativas de soluções para ajudar as pessoas a viverem mais, a viverem melhor”, concluiu. (Katia Brito)
MUITO BOM