Embaixador da Aging 2.0 São Paulo, organização responsável pela II Chamada de Negócios da Longevidade (confira a matéria no blog), Sérgio Werther Duque Estrada, com 62 anos bem vividos, fez sua carreira no mercado financeiro e atualmente é sócio de uma consultoria de análise financeira e econômica. Entrou efetivamente no segmento da longevidade ao ser responsável em 2016 pela reestruturação do Centro Internacional de Longevidade – Brasil (ILC, sigla em inglês), presidido por Alexandre Kalache, referência mundial em envelhecimento.
Três anos antes, porém, o potencial do público 60+ já chamava sua atenção. “Um grupo do setor imobiliário veio conversar conosco sobre a possibilidade da criação de residenciais diferenciais, ali comecei a olhar, ver coisas. Meu contato no ILC me fez mergulhar e entender um pouco o tamanho do segmento, a olhar, ouvir muito. Eu tive a possibilidade de trocar com várias pessoas que faziam parte do conselho do Kalache”, conta.
E foi por sugestão de Kalache que ele entrou para a Aging. A organização internacional, intergeracional e interdisciplinar, com sede em São Francisco, nos Estados Unidos, tem como foco o público 60+, buscando auxiliar na identificação, fortalecimento e propagação de inovações. São Paulo é uma das mais de 80 cidades do mundo que conta com um capítulo da organização, que desde 2012 já auxiliou mais de 200 startups. Ele assumiu a filial de São Paulo oficialmente em janeiro de 2018.
“A Aging tinha parado no Brasil e estava querendo alguém que tivesse uma pegada de gestão. Conseguimos a pareceria com a Unibes Cultural e a USP Aberta á Terceira Idade. Estamos fazendo eventos, chamando pessoas. No primeiro ano (2018), ficamos em primeiro lugar dos chapters (capítulos) mundiais”, destaca, salientando o papel de todos os diretores que trabalham de forma voluntária na organização.
Eventos
Em parceria com a Unibes são realizados eventos mensais voltados para o envelhecimento ativo e qualidade de vida. O mais recente, “O Olhar na Longevidade”, ocorreu em junho e abordou oftalmologia e psicanálise, tratando das últimas técnicas, doenças, mas também da visão que temos de nós mesmos e dos outros.
No dia 16 de julho, das 19 às 21 horas, o tema será “Moradia 60+: Desafios, opções e tecnologia para longevidade”, em destaque as mudanças que estão ocorrendo na sociedade, nas grandes cidades, questões financeiras, praticidade e tecnologia. Os ingressos custam R$ 20 e as inscrições podem ser feitas pelo aplicativo Sympla.
Para Sérgio, a longevidade ainda é um desafios para o mercado. “Há uma forma diferente de encarar o envelhecimento por questões psicossociais, mas são os mesmos desejos, as necessidades de saúde e lazer, talvez mais medo pela idade, mas está tudo ali, é o mesmo ser humano”, avalia.
A conscientização sobre a relevância da população idosa e o seu crescimento, segundo ele, vem crescendo mas ainda há um longo caminho. Como exemplo, ele cita o maior número de reportagens sobre o tema nos grandes veículos de comunicação como Folha de S.Paulo e Estadão, programas de televisão e o maior número de pesquisas sobre o tema. “As pessoas estão envelhecendo em uma taxa maior que a natalidade. Nós tínhamos a vantagem do superávit demográfico, e tudo isso começa a se modificar. Como se faz o preparo, como estas pessoas serão reinseridas nos setores socialmente ativos?”, conclui. (Katia Brito)