Nova Maturidade

Vacinação: eficácia no combate a doenças

O que você pensa quando houve falar de vacina? Sou saudável e não preciso, o médico não me indicou, pode ter efeitos colaterais, não sei quando aplicar, pode não funcionar, não gosto de agulhas, entre outras tantas barreiras criadas pelos adultos para evitar a vacinação. Este é o resultado de uma pesquisa apresentada pela médica geriatra e presidente da Comissão de Imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Maisa Kairalla, sobre as barreiras dos adultos para a imunização. A médica participou do Simpósio Internacional Envelhecimento Ativo, no início de agosto. Veja outras matérias sobre o evento no blog. Clique aqui.

Para quem tem receio das reações e dúvida sobre a eficácia das vacinas, saiba que é a vacinação é fundamental não apenas para as crianças, como também para jovens, adultos e idosos. E para quem passou dos 60 anos, não é só a vacina anual da gripe. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda também a imunização de rotina contra difteria e tétano (dupla adulto), hepatite B, pneumocócicas (VPC13 e VPP23) e herpes zoster. Já a febre amarela, hepatite A e a tríplice viral, contra caxumba, sarampo e rubéola, dependem de avaliação médica. Saiba mais sobre o calendário da pessoa idosa e quais vacinas estão disponíveis na rede pública ou apenas na privada neste link com as recomendações da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm).

A vacinação foi um dos temas do simpósio, promovido em agosto pelo Centro Internacional da Longevidade (ILC, sigla em inglês). Além de Maisa Kairalla, estiveram presentes Isabella Ballalai, vice-presidente da SBIm; Ana Goretti Kalume Maranhão, vice-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e Leandra Abarca, coordenadora do Programa Institucional de Imunização do Fundo da Seguridade Social da Costa Rica.

Maisa destacou a importância da vacina contra a influenza e seus reflexos na redução da mortalidade, não apenas em casos de pneumonia e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), como também de doenças renais e cardíacas e diabete. De acordo com números apresentados por ela, a pneumonia atinge um em cada 20 idosos com mais de 85 anos e é a terceira causa de internação de maiores de 65 anos.

Já Isabella Ballalai, da SBIm, ressaltou que todas as vacinas podem beneficiar os indivíduos e são recomendadas pelo Ministério da Saúde e órgãos internacionais. São seguras, eficazes e tem um importante custo benefício para a saúde pública e a proteção coletiva da população.

PNI

Os 46 anos do Programa Nacional de Imunização (PNI) foram destacados pela vice-coordenadora Ana Goretti Kalume Maranhão. Criado em 1975, o primeiro calendário nacional começou a ser aplicado em 1977 com quatro vacinas obrigatórias. Atualmente são 20 vacinas que protegem diferentes grupos etários e pessoas em condições específicas contra 28 doenças.

Ana demonstrou a preocupação com a queda na procura por vacinas

A queda na cobertura vacinal no país, segundo Ana, se deve ao êxito das ações de imunização que causam uma falsa sensação de que não há mais necessidade de vacinação e a falta de conhecimento sobre a importância e os benefícios da vacina. Outro problema é o distanciamento do tema do dia a dia dos profissionais de saúde.

Para fortalecer a vacinação e sensibilizar a sociedade sobre a importância de manter altos níveis de imunização, Ana salientou a necessidade de fortalecimento de associações médicas e de classe (pediatria, geriatria, doenças infecciosas, ginecologia e obstetrícia, enfermagem) e também a parceria com ONGs e entidades representativas; envolver ministérios e secretarias; expansão das horas de trabalho nas unidades de saúde, e apoio de líderes comunitários e aos programas de saúde da família.

Outras questões apontadas pela médica são ampliar a capacitação dos profissionais de saúde e a capacidade de identificação de riscos em diferentes âmbitos da gestão em saúde. O investimento em campanhas publicitárias, comunicação interna, redes sociais, atendimento à Imprensa e, principalmente, o combate às notícias falsas (fake news) também fazem parte desse processo. O Ministério da Saúde mantém um número de WhatsApp para receber informações que são apuradas por áreas técnicas e respondidas oficialmente se são verdade ou não. Tem dúvida sobre uma informação que recebeu? Não compartilhe. Verifique a informação. O número é (61) 99289-4640. Saiba mais no link.

Costa Rica

Leandra mostrou os desafios vividos por seu país

Leandra Abarca, médica epidemiológica e coordenadora do Programa Institucional de Imunização do Fundo da Seguridade Social da Costa Rica também participou do simpósio e trouxe a experiência do seu país. Com pouco mais de cinco milhões de habitantes, 8,5% são idosos.  

A Costa Rica vive desafios semelhantes ao Brasil quando se fala em vacina: aumentar as coberturas, melhorar o processo de informação e capacitação e a conquista de apoio interssetorial e interdisciplinar. Segundo Leandra, os adultos também acreditam que a vacinação é só para crianças. O país oferece aos idosos vacinas contra a influenza, difteria e tétano e pneumocócica 23. Nesta última, disponível para pessoas maiores de 65 anos, a cobertura caiu de 36% em 2011 para 11% no ano passado.  (Katia Brito / Foto principal: Divulgação/Guilherme Berti/PMMC)

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