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Vera Fritz: protagonismo e participação

Pensar e preparar o país para os idosos de hoje e de amanhã é um dos principais desafios quando se trata de envelhecimento. A opinião é de Vera Luzia do Nascimento Fritz, presidente do Conselho Estadual do Idoso de São Paulo. Educadora física de formação é especialista em Administração Desportiva e mestre pela USP. “Eu fazia recuperação de coronarianos em são Paulo no Dante Pazzanese (Instituto de Cardiologia). Acabei indo para a Alemanha fazer doutorado e mudei de área. Fiz o curso de mediação e virei mediadora para casais binacionais. Ao voltar para o Brasil descobri que era idosa”, conta Vera, que na ocasião estava fazendo 60 e hoje tem 69.

Vera falou com o blog Nova Maturidade no Simpósio Internacional  Envelhecimento Ativo – Promovendo Saúde, prevenindo doenças, realizado pelo Centro Internacional da Longevidade Brasil, nos dias 8 e 9 de agosto na Unibes Cultural. Em breve você confere no blog as experiências internacionais compartilhadas no evento e os principais temas debatidos. Na foto, Vera ao lado de Alexandre Kalache, referência em envelhecimento e presidente do ILC (sigla em inglês do Centro Internacional).

Há sete anos Vera comanda o programa “Vivendo e Aprendendo”, voltado para pessoas idosas na rádio comunitária Valinhos FM. O convite surgiu depois da Conferência do Idoso, realizada na cidade de Valinhos, no interior de São Paulo. “Quando me convidaram para fazer esse programa, eu falei: ‘eu sou metida, mas tem limite, não é tudo que a gente pode fazer’. Na Conferência um dos temas era o idoso na mídia. Como o idoso tem que estar na mídia, abriram esse espaço. Foi uma decisão muito boa porque para mim é um exercício”, destaca.

No “Vivendo e Aprendendo”, o aprendizado é constante para Vera Fritz, que trata de vários temas com a participação de convidados, entre eles os próprios idosos que contam experiências e a vivência na cidade. E foi o programa que abriu outros caminhos e a levou para outras histórias: “A vida vai te levando. Cheguei primeiro no Conselho Municipal do Idoso, onde também fui presidente, e depois no Conselho Estadual”.  

Vera defende a continuidade das políticas públicas

E como presidente do Conselho Estadual do Idoso, Vera continua aprendendo e constatando a falta de continuidade das políticas públicas, desconsiderando o que foi feito pelas gestões anteriores, mesmo que sejam trabalhos de qualidade. “Cada governo é uma nova história, mudam os profissionais que não estão habilitados ou são pessoas não habilitadas. O profissional tem que estar habilitado ou as coisas não caminham”, avaliam.

Outro grande problema, segundo Vera, é a falta de conhecimento do próprio idoso de seus direitos e deveres. “Nós temos uma Constituição muito boa, mas se eu não conheço nem a Constituição. Direito e dever caminham juntos para ter cidadania é essa base nós precisamos trabalhar”, ressalta.

E sobre a população idosa do futuro, a preocupação é ainda maior: “Se eu não penso na criança que idoso eu vou ter lá na frente? Como é que esse Brasil vai envelhecer? Eu tenho que atender a população idosa de hoje sim. Tem uma série de coisas, mas e amanhã? Como nós estamos organizados? Ninguém está preocupado com isso. A gente não tem um trabalho intersetorial, não tem trocas”, completa Vera Friz. Mais informações sobre o Conselho Estadual do Idoso no link.

Conselho Nacional

No Simpósio Internacional, a presidente do Conselho Estadual destacou o repúdio à intervenção no Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDI) por meio do decreto 9893/19, de 27 de junho. A moção preparada pelo órgão estadual ressalta a inconstitucionalidade da medida e o desrespeito aos direitos conquistados. Dos 28 conselheiros, agora serão apenas seis. Saiba mais sobre a reformulação do CNDI pelo governo federal com a destituição da diretoria com mandato até 2020 na matéria do blog. Leia aqui. (Katia Brito)

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