Saúde & Bem-estar

Vida sexual pode ser prazerosa depois dos 60

O mundo mudou e o comportamento das mulheres também. Há três décadas, mulheres de 60 anos serviam apenas para cuidar dos netos. Hoje, elas não precisam mais ficar sem companhia – ou em má companhia. As redes sociais estão aí para ajudá-las a encontrar um parceiro. Mas ainda há um grande desafio a vencer: como manter a vida sexual ativa, apesar da menopausa?

Com as alterações hormonais, o desejo sexual tem efeito ioiô e junto com o ressecamento vaginal, afetam diretamente o dia a dia da mulher após a menopausa e, é claro, interferem nas relações. A diminuição da libido é comum. Estrógeno a menos pode levar as paredes da vagina a perderem elasticidade. A vagina, a vulva e o trato urinário inferior tendem à atrofia. Por isso, buscar orientações de um médico ginecologista pode ajudar muito.

A ginecologista Juliana Pierobon, da Altacasa Clínica Médica, explica que, por causa da menopausa, a redução dos hormônios mexe com a lubrificação da mucosa vaginal, tornando o ato sexual, por vezes, desconfortável. “A diminuição do estrogênio e da testosterona influenciam na cognição, na sensibilidade e textura da pele e mucosas, bem como na motivação sexual. A fisiologia se modifica, mas a resposta sexual ainda existe. Ela está apenas mais lenta”, explica.

A médica ressalta, no entanto, que a vida sexual pós-menopausa também tem muito a ver com a parte emocional e não apenas com os hormônios. “As mulheres devem derrubar o tabu de que a partir da menopausa terá uma vida sexual ruim. O acompanhamento ginecológico adequado é fundamental para minimizar os sintomas e assegurar um sexo prazeroso”, afirma a especialista, lembrando que, a partir dos 65 anos, as mulheres podem ter orgasmos diferentes, com sensações menos intensas. Além disso, diversas áreas do corpo podem deixar de ser sensíveis ao toque.

Para a especialista, uma mulher saudável, motivada, em um bom relacionamento a dois, tem mais disposição para o sexo. Já quem viveu relacionamentos não tão gratificantes, acumulou mágoas ou adquiriu doenças ao longo da vida, como depressão e hipertensão, ou as que tomam medicamentos que interferem na libido, podem ter o desejo comprometido. O mesmo pode ocorrer com quem passa por situações estressantes, como a saída dos filhos de casa e a aposentadoria.

Juliana Pierobon alerta que as mulheres devem se esforçar para manter uma atitude positiva diante da velhice, aproveitando as vantagens da prática do sexo, agora com mais tempo para curtir o parceiro e sem as ilusões da juventude. No entanto, não podem jamais esquecer do uso da camisinha.

“O preservativo proporciona segurança durante o sexo para pessoas de qualquer idade e não deve ser deixado de lado apenas pelo fato de essas mulheres não mais engravidarem. A falta de discussão sobre sexualidade e uso de preservativo levaram ao aumento no contágio e o número de doenças sexualmente transmissíveis em idosos dobrou na última década”, orienta a médica da Clinica Altacasa, na capital paulista.   

As questões que envolvem os problemas sexuais na terceira idade podem ser contornadas com visitas regulares ao ginecologista, que precisa incluir a questão entre os assuntos clínicos. “Acredito que o tema muitas vezes não seja discutido por ser um tabu e porque muitos profissionais acreditam que a sexualidade das mulheres idosas é inexistente. Com orientação adequada e medicamentos, a vida de muitas mulheres pode aflorar da noite para o dia, aumentando sua autoestima e bem-estar”, afirma Juliana.

Dicas para uma boa vida sexual

– Uso de lubrificante na hora do sexo facilita a penetração e a torna mais prazerosa;

– Uso frequente de creme intravaginal a base de estriol – por indicação do ginecologista – combate o ressecamento interno da vagina e melhora a elasticidade da muscosa vaginal;

– Tratamentos com laser vaginal melhoram a atrofia genito-urinária a longo prazo e podem ser indicados pelo ginecologista

– Terapias e exercícios físicos melhoram o emocional e o físico e podem ajudar na hora do sexo;

– Beber bastante água pode ajudar na produção de fluidos necessários a uma boa relação sexual;

– A aceitação do próprio corpo é fundamental para se sentir segura junto ao parceiro; além de um entendimento mais amplo do sexo, além da penetração. (Fonte: Altacasa Clínica Médica / Ex-Libris Comunicação Integrada / Imagem de Hans Braxmeier por Pixabay)


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